Calvície e sexualidade
2 de janeiro de 2012
Cabelos sempre foram um adereço utilizado por homens e mulheres com o intuito de sedução. O apelo estético e sexual que o cabelo determina parece vir desde as épocas mais remotas. Não é raro, por exemplo, vermos quadrinhos sobre a pré-história associando a conquista de mulheres por homens que as puxam pelos cabelos.
As grandes obras de arte, representadas pelas pinturas e esculturas dos maiores artistas da humanidade, são capazes de ilustrar a história dos cabelos e os modismos e estilos de cada época.
Na atualidade, poucos são os galãs de novela e cinema que ostentam sua calva sem demonstrarem qualquer desconforto com ela. Parece mesmo que o ideal de beleza – salvo raríssimas exceções como Bruce Willis, Vin Diesel, Odilon Wagner, Sean Connery – é o do homem com cabelos fartos, volumosos e bonitos.
Marchinhas de carnaval a parte, não são todas as mulheres que preferem os calvos, assim como nem todas preferem o magrinho ou o fortão. Para falar a verdade, raras são aquelas que, de cara, procuram um homem calvo por realmente gostarem deste tipo de perfil. Mulheres, como bem sabemos, acabam se permitindo olhar o sexo oposto como um todo, o que aumenta a chance dos carecas que somam às suas qualidades a inteligência, bom humor, físico atlético e sucesso pessoal entre outras coisas.
Ainda assim, deve ficar claro que a calvície diminui a autoestima de quem vive o problema, e isto acaba tendo repercussão importante na vida sexual dos carecas. A baixa autoestima pode estar vinculada à insegurança, à perda da libido e às dificuldades para desenvolver relações sexuais prazerosas e com qualidade.
Muitos pacientes relatam que após começarem a ficar calvos acreditam que seu apetite e potência sexuais diminuíram. Esta situação, uma vez que não se comprove qualquer tipo de problema metabólico que justifique o quadro (o que é a realidade na quase totalidade dos casos) é decorrente do comprometimento importante que sofrem estes pacientes em sua autoestima.
O desenvolvimento de problemas da sexualidade, muito mais psíquicos do que físicos, são resultado de ansiedade ou estados de depressão (a grande maioria não chega a desenvolver a doença conhecida como depressão) gerados pela perda capilar, causando danos a autoimagem.
Com o tratamento de estabilização e melhora da calvície, a grande maioria dos pacientes recupera sua autoestima e, consequentemente, sua qualidade de vida sexual. Porém, muitos daqueles que não procuram tratamento e se incomodam demasiadamente com sua calva acabam se afundando ainda mais no processo de perda da saúde de sua vida sexual.
Encontramos casos de pessoas que se aceitam e assumem a calva sem o menor problema. Estes pacientes transcendem a ideia de que ao perderem cabelos suas forças foram minadas e continuam mantendo sua autoestima elevada. Raramente vemos problemas relacionados à sexualidade nestes casos.
Ainda assim, a grande maioria dos pacientes que ficam calvos perdem qualidade de vida, e com isto tem suas vidas sexuais comprometidas. Salvar os cabelos melhora a autoestima e, com isto, também a qualidade da vida sexual dos pacientes.
Referências:
Olsen E. Female Pattern Hair Loss and its Relationship to Permanent Cicatricial Alopecia: A New Perspective. J Investig Dermatol Symp Proc. 2005;10:217–221.