Meu título ‘Queda de cabelo após COVID19’, lembrou-me de um estudo de 2019, quando, orientada pelo Dr Ademir, escrevi um trabalho sobre a ‘Queda de cabelo após Dengue’. Este material virou poster e foi exposto no CIT2019 (Congresso Internacional de Tricologia).
Estudei com muito afinco as doenças virais, e os eflúvios anágeno e telógenos, para chegar a uma conclusão que já havia chegado desde o início. Adaptação corporal, febre alta, medicamentos, estresse emocional, déficit calórico e grande carga viral vão levar ao eflúvio telógeno agudo! E normalmente com muita dificuldade de sair dele. Nessa mesma linha, iniciei estudos de alguns eflúvios telógenos crônicos, que o divisor de águas foi a Dengue, cerca de cinco anos atrás.
Assim que percebi que estava tendo dificuldade com meus tratamentos em pacientes que haviam sido contaminados pela dengue, já me adiantava em minhas ações intensificando cuidados, pedia mais atenção no home care, explicava o “porquê” do problema (usava o trabalho do CIT para mostrar a importância), e assim conseguimos controlar, frisando a palavra CONTROLAR, a situação. Imaginem um paciente de alopecia androgenética com um eflúvio telógeno agudo? Entrei no desespero para não fracassar com eles…
E onde quero chegar com a dengue?
Dizer que já me preparei para a queixa de queda de cabelo pós COVID19? Creio que sim.
Perpetramos logo a mesma conta: estresse emocional (acredito que ainda pior), febre alta, déficit calórico, medicamentos (inclusive de amplo espectro, como antibióticos, anti-inflamatórios, medicamentos parasitários e etc) e alta carga viral. O resultado normalmente é o mesmo, eflúvio telógeno agudo (ainda não temos esclarecimentos sobre como a perda capilar se dará após maior prazo). E nesses casos de após o quadro de COVID, os pacientes estão vindo com uma queda acentuada, que fazia tempo que não via.
Mas quão soa alienado pensar na queda de cabelo, em meio a tantas incertezas, mortes, tristezas e o caos frente essa pandemia? Muito. Porém, se o paciente me procura como um refúgio meio ao caos, uma queixa de queda de cabelo normalmente vem acompanhada de uma questão de autoestima, e às vezes de uma tenebrosa insegurança.
Para o profissional, fica a sugestão de focar nos estudos sobre os assuntos (COVID e eflúvios), estude bem o caso de seu paciente e analise se não temos outras alopecias em conjunto.
Tornamo-nos melhores no que fazemos quando enfrentamos dificuldades, não é mesmo? Pensemos nisso, e sigamos em frente!
Um abraço, com carinho.
Flora Ramos.
Como usar minoxidil na sobrancelha?
Algo muito comum na sociedade é a queda de cabelo. Entretanto, ainda não existem muitos tratamentos para esse problema. Nesse sentido, o Minoxidil é o