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E se tudo que sabemos fosse verdade?

Fui criado por um pai que me ensinou a ter a mente aberta para as mais diversas formas de se enxergar as “verdades”. Ele dizia que a verdade de cada um era como se fosse um universo paralelo pessoal que nos aproxima em algumas coisas e nos afasta em outras, mas que, para cada um de nós, existe uma porção de nossos universos paralelos que compartilhamos com as pessoas à nossa volta.

Outro coisa ele me dizia, é que a ciência é capaz de provar que há verdades que, por mais diferentes que sejam, se somam com outras verdades, abrindo o espectro de conhecimento para aqueles que se desafiarem a olhar além das próprias crenças ou convicções. E essas verdades não deveriam se anular, mas, sim, coexistir. Naturalmente que, quando algumas verdades são mais estudadas que outras, acumulando em si mesmas um conteúdo crescente, elas ganham força de argumentação. Enquanto que aquelas que são menos estudadas parecem minguar e perder forças, ainda que só pareçam minguar. Mas o fato de algumas serem mais estudadas que outras, não anulam as demais, e, talvez, se tivessem recebido o mesmo investimento de interesse e suporte (patrocínio, publicidade), possivelmente poderiam estar no mesmo patamar.

Juro que tento entender quem critica e chama de charlatanismo aquilo ao qual tem pouco ou nenhum interesse. Ou que, porque recebeu menos investimento de estudo, parece não ter a mesma sustentação daquilo que foi mais estudado. Ou que, por ter sido menos publicizado, parece ser irrelevante. Sabemos que investimento, narrativa e publicidade ajudam a fortalecer argumentos e podem fazer até verdades parecerem mentiras. Mas e se os diferentes fossem colocados frente a frente e provados que são verdades, será que uns anulariam os outros, ou, talvez, estes se somariam e teríamos um conhecimento mais amplo?

Natural que não estou falando de coisas que sejam totalmente opostas, ainda que isso possa ocorrer em alguns casos. Mas tenho questionado muita coisa que aprendi, não porque não creio mais nelas, mas porque elas me parecem incompletas ou insuficientes para explicar ou solucionar os problemas que eu vivo em minha vida profissional e pessoal. Se, como dizia meu pai, cada um de nós tem um mundo de próprias verdades, e esses mundos coexistem em determinados pontos com o mundo paralelo de outras pessoas, ampliar nossos conhecimentos nos livrando do preconceito e abrindo portas para que novas verdades possam se somar às verdades que já carregávamos conosco me parece uma boa forma de nos tornarmos melhores e mais completos profissionais, evoluir como seres humanos e, consequentemente, vivermos em um mundo mais empático.

Como disse Mahatma Gandhi, As verdades diferentes na aparência são como inúmeras folhas que parecem diferentes e estão na mesma árvore.

Obra do texto A Calúnia de Apeles de Sandro Botticelli

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