Freud, sendo o fundador da psicanálise, focou muito nas relações entre mente e corpo, bem como nos impactos do inconsciente e dos fatores emocionais sobre a saúde geral. Embora ele não tenha abordado diretamente questões ligadas à saúde capilar, podemos conectar algumas de suas ideias com o que sabemos hoje sobre queda de cabelo e saúde emocional, especialmente em relação ao estresse e aos processos psíquicos.
Uma das conexões mais claras está no papel que o estresse desempenha na saúde capilar. Estudos atuais mostram que o estresse psicológico pode desencadear ou piorar condições como a alopecia areata (uma doença autoimune que causa queda de cabelo em áreas específicas) e a telógeno effluvium (um tipo de queda de cabelo difusa e temporária). A abordagem freudiana sugere que o estresse pode ser uma manifestação de conflitos inconscientes, traumas reprimidos ou ansiedades não resolvidas, os quais encontram expressão no corpo, incluindo na saúde capilar.
Freud também desenvolveu o conceito de somatização, que é quando o sofrimento psíquico se manifesta em sintomas físicos. A queda de cabelo pode ser vista como uma expressão dessa somatização, onde o estresse ou a ansiedade acumulada, muitas vezes inconsciente, se manifesta fisicamente na perda capilar. Assim, podemos teorizar que, em alguns casos, a alopecia ou outros problemas capilares podem ser, ao menos parcialmente, resultado de conflitos psicológicos internos, como tensões emocionais, depressão ou traumas.
Além disso, Freud acreditava que a autoestima e a imagem corporal estão profundamente enraizadas na psique humana. O cabelo, como um símbolo de identidade e atratividade para muitas pessoas, pode ser visto como parte dessa imagem. Portanto, a perda de cabelo pode afetar psicologicamente o indivíduo, gerando sentimentos de vulnerabilidade, perda de controle ou mesmo de castração simbólica — um tema recorrente na obra freudiana.