Por quase que unanimidade a enquete que fiz no Instagram sobre escrever um texto sobre sexo e perda capilar venceu os apenas 4 que votaram contra. Sexo é tabu sempre e respeito a falta de curiosidade de uma minoria.
Tenho dois amigos que dão cursos sobre sexualidade humana e que cruzaram a barreira do tabu por entenderem que a sexualidade é um tema central nas nossas vidas. E não estamos falando da vulgaridade que impera no mundo de hoje, mas a sexualidade do ponto de vista da saúde. Graça e Paulo Tessarioli, educadora e psicólogo, respectivamente, são fundadores da ABRASEX, Associação Brasileira dos Profissionais de Saúde, Educação e Terapia Sexual. Estão trabalhando com saúde sexual há anos e têm ajudado muita gente com formação de profissionais para atuar na área, assim como tratando pessoas com problemas relacionados à sexualidade.
Quando falo da questão de problemas relacionados à sexualidade não estou me referindo ao atual debate sobre a questão de gênero, mas sim da prática sexual sem traumas e saudável.
Há alguns anos me encontrei com eles para falarmos sobre como os problemas capilares interferem na saúde afetiva e sexual das pessoas. Chegamos à conclusão que os cabelos realmente são importantes para um sexo bom, sem medos, receios e inseguranças.
E é sobre medo, receios e inseguranças que vou estabelecer a relação entre sexo e problemas capilares neste texto.
Recebi uma paciente que me disse que não deixa o namorado tocar no cabelo dela. Uma outra, usa um gel para fixar os cabelos de forma que o marido não perceba que ela está ficando calva. Alguns jovens se sentem menos atraentes quando começam a perder cabelos, tanto meninos quanto meninas. Quando homens começam a usar bonés e não os tiram para quase nada e mulheres se amedrontam apenas porque serão tocadas no couro cabeludo é porque a queda capilar tomou uma dimensão que vai além do físico e já atinge de maneira extremamente significativa a psique dos pacientes.
Tenho uma paciente que mora com o namorado há 6 anos e que sofre com um quadro de foliculite decalvante. Nunca permitiu que o namorado a tocasse no couro cabeludo. Nunca sequer permitiu que o namorado visse a área com o problema porque está 100% do tempo com os cabelos presos, exceto ao tomar banho. Nesse caso a dor e o processo inflamatório, além da presença de pústulas (lesões com pus), são motivos maiores de incômodo e até refletem melhor o significado do não ter a área tocada. Ainda assim me chama a atenção o fato da paciente viver com a mesma pessoa por tantos anos e nunca ter permitido que o parceiro visse a área acometida. A sexualidade, ainda que tenha seus limites (e esses são definidos pelos parceiros), quando praticada com alguém em que se confia, ultrapassa as barreiras dos medos relacionados à estética. Em especial porque o amor, tendo a sexualidade como uma de suas formas de expressão, permite isso.
Quando estamos diante de um eflúvio, de uma alopecia androgenética ou de outras alopecias assintomáticas, a questão é mais psíquica. É a vergonha, a baixa auto estima e a perda de confiança que tomam conta do(a) paciente e, neste caso, passam a afetar suas vidas afetivas.
Quando isso acontece temos que ter uma atenção especial com eles. Reforçar a ideia de que os cabelos fazem parte do que eles são, mas que eles são muito mais que seus cabelos. E, nesse sentido, e na grande maioria das vezes, os parceiros que estão com eles, e que os procuram para uma relação afetiva (ou mesmo para uma transa), assim o fazem porque enxergam neles outras qualidades e valores, que vão além de qualquer problema capilar. Como entendo que este trabalho é difícil, o profissional percebendo uma dificuldade do paciente em relação a essa questão (não apenas a da sexualidade, mas a relacional em si), deve pedir que seu paciente procure ajuda psicológica. Um apoio de alguém que entenda das dores da alma é fundamental para que os medos e atitudes limitantes possam ser superados. E quando isso acontece, a vida pode ser mais plena, independente de estarmos com mais ou menos cabelos.
Um exemplo de que estou certo, é o enorme número de mulheres e homens bem realizados em suas relações afetivas e/ou com uma vida sexual saudável que sofrem de calvície ou vivem experiências difíceis com a rarefação capilar.
Recebi uma paciente que me disse que não deixa o namorado tocar no cabelo dela. Uma outra, usa um gel para fixar os cabelos de forma que o marido não perceba que ela está ficando calva. Alguns jovens se sentem menos atraentes quando começam a perder cabelos, tanto meninos quanto meninas. Quando homens começam a usar bonés e não os tiram para quase nada e mulheres se amedrontam apenas porque serão tocadas no couro cabeludo é porque a queda capilar tomou uma dimensão que vai além do físico e já atinge de maneira extremamente significativa a psique dos pacientes.
Tenho uma paciente que mora com o namorado há 6 anos e que sofre com um quadro de foliculite decalvante. Nunca permitiu que o namorado a tocasse no couro cabeludo. Nunca sequer permitiu que o namorado visse a área com o problema porque está 100% do tempo com os cabelos presos, exceto ao tomar banho. Nesse caso a dor e o processo inflamatório, além da presença de pústulas (lesões com pus), são motivos maiores de incômodo e até refletem melhor o significado do não ter a área tocada. Ainda assim me chama a atenção o fato da paciente viver com a mesma pessoa por tantos anos e nunca ter permitido que o parceiro visse a área acometida. A sexualidade, ainda que tenha seus limites (e esses são definidos pelos parceiros), quando praticada com alguém em que se confia, ultrapassa as barreiras dos medos relacionados à estética. Em especial porque o amor, tendo a sexualidade como uma de suas formas de expressão, permite isso.
Quando estamos diante de um eflúvio, de uma alopecia androgenética ou de outras alopecias assintomáticas, a questão é mais psíquica. É a vergonha, a baixa auto estima e a perda de confiança que tomam conta do(a) paciente e, neste caso, passam a afetar suas vidas afetivas.
Quando isso acontece temos que ter uma atenção especial com eles. Reforçar a ideia de que os cabelos fazem parte do que eles são, mas que eles são muito mais que seus cabelos. E, nesse sentido, e na grande maioria das vezes, os parceiros que estão com eles, e que os procuram para uma relação afetiva (ou mesmo para uma transa), assim o fazem porque enxergam neles outras qualidades e valores, que vão além de qualquer problema capilar. Como entendo que este trabalho é difícil, o profissional percebendo uma dificuldade do paciente em relação a essa questão (não apenas a da sexualidade, mas a relacional em si), deve pedir que seu paciente procure ajuda psicológica. Um apoio de alguém que entenda das dores da alma é fundamental para que os medos e atitudes limitantes possam ser superados. E quando isso acontece, a vida pode ser mais plena, independente de estarmos com mais ou menos cabelos.
Um exemplo de que estou certo, é o enorme número de mulheres e homens bem realizados em suas relações afetivas e/ou com uma vida sexual saudável que sofrem de calvície ou vivem experiências difíceis com a rarefação capilar.