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Por que os cabelos podem parecer mudar de volume de um dia para outro?

Você já parou para pensar em por que seu cabelo muda tanto de um dia para o outro? Pode ser que sim, pode ser que não. Mas, para quem sofre com queda de cabelo, essa percepção é bastante comum. Isso ocorre porque, em cabelos mais ralos, pequenas alterações podem gerar uma impressão visual mais acentuada de rarefação capilar. E, embora pareça que os cabelos mudam de um dia para o outro, na maioria das vezes isso não está relacionado à quantidade real de fios que estão caindo — a não ser em casos específicos como a quimioterapia, intoxicações ou doenças autoimunes como a alopecia areata. Nessas situações, de fato, há uma perda visível, significativa e rápida. Mas, mesmo assim, a recuperação capilar segue um ritmo gradual e demorado, e dificilmente alguém percebe uma melhora no volume capilar de uma semana para a outra.

O que ocorre com muito mais frequência são fatores externos e internos que influenciam a aparência dos cabelos, interferindo em sua textura, volume, brilho e sensação de densidade. Vamos explorar, em prosa, os principais motivos que fazem com que o cabelo pareça diferente a cada dia.

Um dos primeiros fatores a considerar é a temperatura da água durante a lavagem. Águas muito quentes podem estimular excessivamente as glândulas sebáceas do couro cabeludo, fazendo com que ele produza mais oleosidade. Isso deixa os fios mais pesados e grudados, o que diminui a sensação de volume. Por outro lado, uma água morna ou fria tende a preservar melhor a estrutura do fio e controlar a produção sebácea, oferecendo uma aparência mais leve e volumosa.

Além disso, o tratamento da água varia de cidade para cidade, podendo interferir diretamente na saúde dos cabelos. Água com alta concentração de cloro ou metais pesados, por exemplo, pode ressecar os fios e o couro cabeludo. Pessoas que viajam percebem isso com mais clareza: ao lavar o cabelo em uma cidade diferente, o fio pode ficar mais seco ou sem brilho, justamente por conta da qualidade da água local.

Outro fator importante é a frequência da lavagem dos cabelos. Quando os fios ficam muitos dias sem serem lavados, acumula-se sujeira, oleosidade e restos de produtos. Isso pesa o cabelo e reduz o seu volume aparente. Por outro lado, lavagens frequentes (desde que com produtos adequados) ajudam a manter o couro cabeludo limpo e equilibrado, favorecendo uma aparência mais cheia.

Falando em produtos, o tipo de cosmético utilizado para lavar os cabelos também impacta significativamente. Shampoos hidratantes, por exemplo, podem alinhar os fios e deixá-los mais pesados, diminuindo a sensação de volume. Já shampoos de limpeza profunda podem dar uma aparência mais leve e solta, embora seu uso excessivo possa ressecar.

O uso de modeladores, cremes para pentear e finalizadores altera diretamente a aparência capilar. Produtos com silicone, por exemplo, criam uma película sobre os fios, controlando o frizz e dando brilho, mas também reduzindo o volume. Já mousses e sprays com função volumizadora têm o efeito contrário. Pequenos ajustes nos produtos usados podem fazer com que o cabelo pareça completamente diferente no dia seguinte.

O corte de cabelo é outro ponto que merece atenção. Cortes em camadas, por exemplo, podem aumentar o volume aparente dos fios. Já cortes retos ou muito desfiados próximos da raiz podem causar o efeito contrário. Mesmo sem mexer no comprimento, o modo como o cabelo é aparado pode alterar drasticamente sua forma e percepção.

Químicas capilares, especialmente as que reduzem o volume, como progressivas ou alisamentos, tendem a tirar o movimento e a leveza dos fios, dando a impressão de que há menos cabelo. Além disso, essas químicas muitas vezes comprometem a saúde da fibra capilar, tornando-a mais frágil e propensa à quebra.

O uso de ferramentas térmicas — como secadores, chapinhas e babyliss — também interfere diretamente no visual. Quando usados perto da raiz, podem aumentar a oleosidade da região e, com isso, reduzir o volume. Já quando aplicados corretamente nos fios, podem conferir formas que dão a ilusão de mais (ou menos) cabelo, dependendo do penteado.

Até o tipo de escova ou pente utilizado influencia no resultado. Algumas escovas aumentam a eletricidade estática dos fios, causando o efeito de frizz e volume. Outras, mais densas e fechadas, disciplinam os fios, deixando-os mais baixos.

A alimentação também exerce um papel fundamental. Dietas ricas em açúcar refinado e alimentos ultraprocessados aumentam o estresse oxidativo do organismo e estimulam alterações hormonais que podem refletir no couro cabeludo, interferindo na produção de sebo e na saúde da haste capilar. Já uma alimentação rica em antioxidantes, proteínas e ácidos graxos essenciais favorece a beleza e o equilíbrio dos fios.

O uso de certos medicamentos pode alterar a produção de oleosidade no couro cabeludo. Alguns remédios aumentam a secreção sebácea, enquanto outros ressecam tanto a pele quanto os cabelos. Esses efeitos adversos podem ser perceptíveis em poucos dias, interferindo diretamente na sensação de volume.

Além disso, doenças como a síndrome dos ovários policísticos (SOP) são capazes de alterar a oleosidade do couro cabeludo, favorecendo a rarefação capilar e a queda. Nessas pacientes, o aspecto dos cabelos pode variar conforme o grau de controle hormonal.

O ciclo menstrual também influencia a aparência capilar. Durante a fase folicular, a produção de estrogênio está em alta, o que costuma melhorar o aspecto do cabelo. Já na fase lútea, com o aumento da progesterona e possível retenção de líquidos, os fios podem parecer mais pesados e oleosos.

A sudorese, principalmente em regiões quentes, deixa os cabelos úmidos e com aparência de menor volume. Isso também acontece em atividades físicas intensas, onde o suor interfere no formato dos fios e na percepção visual da densidade capilar.

A umidade relativa do ar afeta diretamente o frizz e o volume. Em dias úmidos, os fios absorvem água do ambiente, causando aumento do volume ou perda de forma, dependendo do tipo de cabelo. Em dias secos, ocorre o efeito oposto: os fios ficam mais alinhados e sem volume.

O clima em geral, incluindo temperatura, vento e exposição solar, pode modificar o comportamento da fibra capilar. Vento resseca, o sol oxida, a umidade dilata os fios. Tudo isso, mesmo que sutilmente, impacta na forma como o cabelo é percebido.

A água do mar possui alta concentração de sal, que desidrata os fios e acentua o frizz. Isso pode provocar o aspecto de cabelo “cheio”, mas também fragilizado. Já o cloro das piscinas costuma deixar o cabelo opaco, áspero e quebradiço, afetando diretamente a aparência de saúde e volume.

Em resumo, a aparência dos cabelos está sujeita a uma infinidade de variáveis. O volume, a forma, a textura e até a sensação de quantidade de fios podem oscilar de um dia para o outro sem que haja, necessariamente, uma mudança real no número de cabelos presentes no couro cabeludo. Entender essas influências ajuda não apenas a escolher os cuidados adequados, mas também a cultivar uma relação mais consciente e gentil com os próprios fios.

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