Há muito quero escrever um texto sobre a cafeína e suas indicações no tratamento da queda capilar. Há quase 10 anos, assisti em um congresso uma palestra de pesquisadores alemães que falaram sobre o tema e, desde então, tenho visto surgir produtos com cafeína para cuidados capilares.
Recentemente, em conversa com a minha amiga Sônia Corazza, engenheira química e cosmetóloga, com grande experiência em reconhecer ativos e produtos que são importantes para a pele e para os cabelos, tambéem me vi diante do assunto “café”, não apenas pelas propriedades farmacocosméticas da cafeína, mas também pelos efeitos antioxidades que podem estar vinculados ao uso de outros componentes desse grão que o Brasil produz em grandes quantidades e do qual se pode aproveitar praticamente tudo.
Sobre a cafeína nos cuidados com a queda capilar, o que se sabe é que ela atua inibindo uma enzima conhecida como fosfodiesterase, responsável por converter AMPc em AMP. A manutenção de níveis mais elevados de AMPc dentro das células estimula o metabolismo das mesma tornando-as mais ativas. No âmbito capilar, isso significa que, apesar dos fatores que favorecem a redução do metabolismo das células do folículo piloso (no caso a atividade dos hormônios andrógenos), estarem atuantes, o uso da cafeína em xampus ou soluções de uso tópico favorecem uma maior atividade celular contrabalanceando este efeito negativo dos hormônios.
Sou meio contrário à ideia de que xampus podem ser antiqueda, mas no caso de xampus com cafeína, foi provado que a enrega da cafeína pelo xampu para o couro cabeludo existe se respeitado uma exposição próxima a dois minutos do contato da espuma do xampu com o couro cabeludo. Esta entrega não me parece ser imensamente importante, mas ocorre porque as moléculas da cafeína tem muita facilidade em penetrar pela via folicular. Mesmo com estudos que provam este fato, sou mais favorável ao uso de ativos em produtos que tenham permanência maior no couro cabeludo, em especial se o fato do tempo de permanência (em horas), não implicar em efeitos colaterais para a pele ou para o organismo como um topo por absorção pela via circulatória.
Outros argumentos apresentados por alguns pesquisadores e publicados no International Journal of Trichology são os de que a cafeína melhora a função de barreira da pele e que pode ser utilizada e baixas dosagens.
Alguns artigos elucidam mais sobre o tema. Estes, seguem om as referências abaixo do texto.
Outros argumentos apresentados por alguns pesquisadores e publicados no International Journal of Trichology são os de que a cafeína melhora a função de barreira da pele e que pode ser utilizada e baixas dosagens.
Alguns artigos elucidam mais sobre o tema. Estes, seguem om as referências abaixo do texto.
Referências:
Bansal, Manish. Role of caffeine in the management of androgenetic alopecia. Int J Trichol. 2012;4(3):185-6
Fischer TW. Effect of caffeine and testosterone on the proliferation of human hair follicles in vitro. Int J Dermatol. 2007;46(1):27-35
Fischer TW. Human organ-cultured hair follicles from men with androgenetic alopecia express a CRH-mediated stress response that is modified by caffeine. Exp Dermatol. 2009;18(3):279-9