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GRANDES DESAFIOS EM TRICOLOGIA

A experiência profissional tem me feito vivenciar situações muito interessantes e inusitadas ao longo dos anos. Tratar queda de cabelo não é algo fácil e exige posturas e uma plasticidade muito grande para encarar os desafios que os pacientes nos trazem. 
É fato que há um crescente número de casos difíceis chegando à minha clínica. Alopecias severas, avançadas, de difícil manejo. Há as alopecias cicatriciais, desafio de qualquer médico que se depara com problemas como uma alopecia fibrosante frontal, líquen plano pilar, lúpus e foliculites de couro cabeludo. Por fim, temos os pacientes de difícil manejo.
Entendo que os exemplos citados acima são grandes desafios que a tricologia me apresenta. Por outro lado, parecem colorir a minha prática, uma vez que quando me deparo com estas situações, algo parece fervilhar em mim. Encarar estes problemas é algo estimulante. Ouvir de um paciente que sou a última esperança dele é algo que me põe na parede, mas também mexe com meu brio. A pergunta que me vem logo depois de uma afirmação como essa é: O que há de tão difícil a queixa deste paciente que o faz se agarrar numa crença como essa? A de que se eu não puder ajuda-lo suas esperanças acabam? Em primeiro lugar, que fique claro, sei que falam isso na emoção do momento da primeira consulta, e que, na verdade, nunca sou a última esperança de ninguém. Mas encarar a possibilidade de um desafio novo é o que faz toda pessoa que ama o que faz querer dar de si o seu melhor. 
E por que não pensar que, ainda que o caso seja difícil, eu mesmo não possa juntar a minha esperança com a do paciente e juntos realizarmos algo que seja possível de fazer? Sim, sempre há algo a fazer. De repente, nem sempre o que o paciente espera que se faça é o que se consegue fazer. As expectativas dos pacientes são sempre elevadas quando se trata de cabelos e há ainda tantas outras coisas que devem ser levadas em consideração para que o sucesso de um tratamento ocorra que certos resultados são grandes melhoras, ainda que para o paciente pareça muito pouco. 
Mas ai, cabe ao profissional educar seu paciente e fazê-lo entender que essas “coisas que devem ser levadas em consideração” não tem nada a ver com a capacidade ou não do tratamento, mas com a possibilidade maior ou menor de melhora de cada indivíduo. Exemplos são: há casos em que a capacidade de recuperação dos folículos é irreversível, há situações em que se não anularmos ou eliminarmos os fatores causais o sucesso é limitado, há pacientes que a saúde ou a idade não colaboram, há aqueles que tomam medicamentos ou hormônios para tratar outros problemas de saúde que reduzem a eficácia dos tratamentos capilares, há pacientes que não seguem o tratamento à risca e há mais uma infinidade de outras situações que podem atrapalhar um tratamento. 
Há duas semanas a professora Tatiele Katzer postou aqui no blog um texto muito interessante com o nome de SINERGIA (clique na na palavra SINERGIA para acessar o texto). Neste texto Tatiele fala sobre a indicação de tratamentos que atacam a queda capilar por diversas vias de atuação, otimizando resultados. Para um tratamento ter esse efeito o profissional tem que estar atento aos possíveis desafios que pode encontrar a cada paciente atendido. Normalmente esse tipo de abordagem ajuda.
Mas há um tipo de desafio que creio ser o mais complicado de enfrentar, o paciente de difícil manejo. Este paciente é aquele que quer ficar bom, mas logo de cara já impõe condições. Não quer usar certos tipos de medicamentos, não gosta de loções ou tônicos capilares porque deixam os cabelos empapados, pratica o auto-boicote no tratamento, esconde informações do médico, tem uma ansiedade por resultados que colabora com o incremento do estresse relacionado à queda capilar e, tem hábitos dietéticos que restringem certos alimentos que fariam bem à saúde dos cabelos, entre tantas outras condições que fica difícil de listar. 
Em meu livro COMO VENCER A QUEDA CAPILAR, há um capítulo intitulado: Tipos de pacientes que costumam fracassar em seus tratamentos. Vale a pena ler essa parte do livro. Dificilmente os pacientes não se encaixam em algum dos casos citados (quem quiser adquirir o livro escreva um e-mail para cursos@caeci.com.br ou ligue 11-2589-2487 / 11-99495-4159 e peça o seu). 
Apesar dessas dificuldades relacionadas aos pacientes de difícil manejo, ainda assim, quando um desafio se apresenta, meu coração dispara. Fico em alerta e meu foco aumenta. Ajudar um paciente que sofre é algo que me estimula, e os desafios que se apresentam em cada consulta são motivos para eu amar o que faço. 
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