Os neurotransmissores são elementos fundamentais na regulação de diversas funções corporais, incluindo o crescimento e manutenção do cabelo. Este estudo revisa o papel dessas substâncias químicas no ciclo capilar e suas potenciais implicações para o tratamento da alopecia. O artigo destaca que neurotransmissores como serotonina, dopamina e norepinefrina têm impacto direto na fisiologia do folículo piloso, influenciando sua regeneração e atividade. Além disso, o sistema nervoso responde ao estresse psicológico ativando mecanismos neuroendócrinos que podem levar ao eflúvio telógeno e outras formas de queda capilar.
A relação entre neurotransmissores e cabelos não é puramente biológica. O impacto psicológico da calvície é evidente, já que muitas pessoas com alopecia apresentam maior incidência de transtornos como ansiedade e depressão. Isso cria um ciclo no qual o estresse emocional agrava a queda de cabelo, ao mesmo tempo que a perda dos fios pode piorar a saúde mental. Esse ciclo vicioso ainda não é completamente compreendido, mas o artigo sugere que estratégias terapêuticas que modulam neurotransmissores poderiam ser úteis tanto para a saúde mental quanto para a recuperação capilar.
Outro ponto relevante é a possibilidade de manipulação neuroquímica para estimular o crescimento capilar. Estudos sugerem que a norepinefrina, por exemplo, pode promover a proliferação de queratinócitos no folículo piloso, enquanto o neurotransmissor GABA desempenha um papel inibitório na regeneração capilar. Essas descobertas apontam para um futuro onde a abordagem ao tratamento da calvície pode ir além dos hormônios e incluir também a regulação da neurotransmissão.
O artigo conclui que, apesar das evidências iniciais, ainda há muito a ser explorado sobre essa interação. A falta de estudos amplos sobre neurotransmissores e queda capilar pode ser resultado de um menor interesse em investigar essas conexões, ou da ausência de financiamento adequado para esse tipo de pesquisa. É necessário que cientistas e profissionais da saúde ampliem suas investigações para validar o papel dos neurotransmissores como possíveis alvos terapêuticos na tricologia.
Referência:
Kayaaltı A, Erbaş O. Neurotransmitters and hair loss. D J Tx Sci 2021;6(1-2):9-16
