
Vivemos em um mundo que valoriza a felicidade constante, o bom humor permanente e a disposição ininterrupta. Mas essa expectativa é, além de inalcançável, prejudicial à nossa saúde emocional e física — e o couro cabeludo sente isso.
Segundo Dr. Anders Hansen, em The Happiness Cure, o cérebro humano não foi programado para nos manter felizes o tempo todo, mas sim para garantir nossa sobrevivência. Emoções como tristeza, medo e ansiedade sempre foram parte natural da vida. Quando ignoramos essa natureza e tentamos viver em estado de euforia contínua, criamos um ambiente interno de estresse crônico, ansiedade e frustração.
O impacto disso nos cabelos é direto: o estresse contínuo desregula hormônios, favorece inflamação sistêmica, altera a vascularização do couro cabeludo e desencadeia condições como eflúvio telógeno, queda acelerada e disfunções do microbioma capilar.
O professor Waldemar Magaldi reforça esse ponto ao afirmar que nossa sociedade cultua o estado “para fora”, “para cima” e “para frente”, ignorando a importância dos momentos de introspecção, pausa e vulnerabilidade. A tentativa de viver em eterna extroversão gera tensão física e emocional que também se manifesta nos fios.
Cuidar dos cabelos, portanto, passa por aceitar que a vida tem altos e baixos. Que a saúde emocional genuína — e, por extensão, a saúde capilar — nasce do equilíbrio, da aceitação dos ciclos naturais e da construção de rotinas de autocuidado consistentes e realistas.
Respeitar os limites do corpo e da mente é, em última instância, respeitar também a beleza real que se expressa nos cabelos.