A relação médico-paciente e o sucesso dos tratamentos em qualquer especialidade médica
3 de janeiro de 2013
A boa relação médico-paciente é uma matéria que se aprende nas escolas médicas, e que visa tornar mais eficiente o trabalho do médico e a melhora dos problemas relatados pelos pacientes. Apesar disto, algumas situações tem me feito pensar que muitos pacientes acabam se prejudicando quando não entendem que, ao entrar em uma consulta, devem ter com o profissional que os atende o compromisso de ser o mais sincero possível e de seguir à risca as orientações que lhe são passadas, de assumirem uma verdadeira parceria com quem os trata e de fazerem sua parte.
Prefiro pacientes que são sinceros, que falam exatamente o que sentem, que relatam quando não seguiram o tratamento como orientado e que informam o quanto antes qualquer piora do quadro ou reações que possam estar vinculadas ao tratamento. Minha preferência aumenta por aqueles que são extremamente disciplinados (a grande maioria dos tratamentos premia os pacientes mais disciplinados com resultados melhores ou mais rápidos), os que não mudam a forma como foi prescrito seus tratamentos sem antes consultar seus médicos, os que questionam o profissional quando tem dúvidas em vez de tirarem suas dúvidas em páginas de internet de conteúdo questionável ou mesmo com leigos.
Prefiro pacientes que fazem a sua parte no tratamento, que sabem que tem responsabilidade pela sua melhora e que confiam no profissional que elegeram para cuidar de sua saúde. Por incrível que pareça, está se tornando cada vez mais comum encontrar pacientes que querem ser curados, serem “emagrecidos” ou terem seus problemas eliminados sem dar nada de si em troca. Sem se comprometer com seus médicos, tratamentos e, consequentemente, consigo mesmos.
Melhores ainda são aqueles pacientes que entendem que um estilo de vida saudável é sempre algo positivo para a recuperação da saúde e resultados mais consistentes. Fico fã de pacientes que percebem que podem fazer um esforço a mais com a redução ou interrupção do cigarro, que começam a praticar exercícios físicos e comer de forma mais saudável e equilibrada.
Entendo quando o paciente diz que não consegue viver sem estresses, uma vez que sua vida é corrida, cheia de responsabilidades e coisas importantes para resolver e com que se preocupar. Mas me incomoda perceber que muitos não entendem que o estresse é a causa e o motivo de manutenção de seus problemas de saúde. Que poderiam tentar relaxar, descansar um pouco mais, dormir meia hora mais cedo, fazer uma caminhada, brincar com os filhos, jantar com os amigos, desconectar.
Gosto dos pacientes ativos, que buscam força em seu médico, familiares, amigos e em si mesmos. Que olham seus problemas com olhos de quem quer passar por eles como vitoriosos. E que confiam em si, no tratamento, no profissional que escolheram e, até mesmo, em uma força maior que pode ajudá-los nas horas mais difíceis. Há inúmeros estudos que provam que a mentalidade positiva e que a fé ajudam em muito na recuperação da saúde.
Lamento os pacientes que usam suas doenças para conseguir benefícios dos que estão próximos. Aqueles que se fazem de coitados, que se entregam, que veem seus problemas maiores do que eles realmente são. Que não entendem que são muito mais fortes e maiores que qualquer tipo de problema de saúde que possam estar apresentando no momento.
Entendo que não há pessoas ou profissionais perfeitos, mas se a medicina há algum tempo não vem sendo feita da forma que deveria por conta dos inúmeros problemas burocráticos e políticos que enfrenta, médicos e pacientes juntos podem fazer a diferença se estiverem comprometidos uns com os outros na busca de resultados mais consistentes e felizes. Assim, recuperamos o que há de mais nobre na área da saúde, que é a boa relação médico-paciente e tudo o que há de mais bonito nesta relação, com destaque para a sinceridade e satisfação de ambas as partes.
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