No último sábado ministrei uma pequena aula de 15 minutos no XI Congresso Internacional de Medicina Estética organizado pela ASIME. Junto com o Professor Celso Martins Júnior representamos a Academia Brasileira de Tricologia no evento que também contou com a Dra Juliana Spektor na coordenação da mesa e com a Dra Vivian Amaral do Rio de Janeiro como palestrante.
O tema que me coube foi o de falar de atualizações em alopecia androgenética feminina. Como sempre faço, antes de uma apresentação como essa, realizei uma pesquisa ampla sobre o tema e acabei pensando no que pode interessar ao médico que assiste ao congresso. O que busca um profissional que vem buscar um conhecimento como esse? Tinha em mente a importância de uma palestra cujo conhecimento pudesse ser de uso prático dos que assistem a esses painéis.
Em minha pesquisa para preparar a aula encontrei dados interessantes sobre a incidência crescente da alopecia androgenética em mulheres. Certamente vinculada ao novo estilo de vida adotado por elas nas últimas décadas. Dados que falam, inclusive, da incidência do problema cada vez mais precocemente, e transcendendo pacientes que sofrem de síndrome dos ovários policísticos ou que entraram na menopausa para acometer mulheres de todos os perfis etários a partir da puberdade e que, não necessariamente vivenciam os problemas citados.
Se a terapêutica não sofreu grandes mudanças nos últimos anos, nenhuma descoberta de ativos de grande impacto, pelo menos a possibilidade de medicações variadas para os cuidados com o problema se mostra mais amplo do que no tratamento da alopecia androgenética masculina, cujo perfil terapêutico, o número de ativos que podem possibilitar bons resultados é menos importante do que nas mulheres.
Se por outro lado não houve o surgimento de novos medicamentos para os cuidados com o problema, as possibilidades de terapias adjuvantes cresceu na forma de procedimentos. Alguns estudos apresentaram resultados interessantes sobre intradermoterapia e mesmo com o plasma rico em plaquetas. O uso de laser de baixa potência vem sendo melhor estudado e, com isso, estamos seguindo um rumo diferente no caminho que envolve os cuidados adjuvantes das mulheres que sofrem com o problema, permitindo a elas resultados mais consistentes e reduzindo, sobretudo, o medo de perder os cabelos e do desenvolvimento de áreas extensas de rarefação.
É importante lembrar duas coisas que observo nas mulheres que recebem esse diagnóstico e que de certa forma podem interferir no tratamento do problema. Uma vez que a alopecia androgenética feminina é diagnosticada, infelizmente, os cuidados com o problema deverão ser realizados de forma continuada e por tempo indeterminado sob risco de a perda capilar retornar. Além do que, a mulher que sofre com o problema deverá ter sempre em mente que a disciplina recompensa o paciente com perda capilar.
Referências:
Singai
et al. Indian
J Dermatol
Venereol.
2013
et al. Indian
J Dermatol
Venereol.
2013
Ekmecki
et al. J Eur Acad Dermatol Venereol – 2010
et al. J Eur Acad Dermatol Venereol – 2010
Bhamia
et al. Int J Tricchology
–
2013
et al. Int J Tricchology
–
2013
Herkovitz
et al. Int J Tricchology
–
2013
et al. Int J Tricchology
–
2013
Rasheed
et al. Skin
Pharmacol
Physiol
2013
et al. Skin
Pharmacol
Physiol
2013
Park et al. J Korean Med
Sci
2013
Sci
2013
Jae-Hong
Kim et al. Ann Dermatol 2012
Kim et al. Ann Dermatol 2012
Lee GY et al J Eur Acad Dermatol 2011