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ALOPECIA FIBROSANTE FRONTAL – UM PROBLEMA CRESCENTE E QUE MERECE ATENÇÃO ESPECIAL

FONTE DA IMAGEM: escholarship.org
A
alopecia fibrosante frontal (AFF) é uma patologia que foi descrita em 1994, caracterizada pela recessão da linha frontal do couro
cabeludo, sendo mais frequentemente encontrada em mulheres após a menopausa. A AFF apresenta um padrão de desenvolvimento progressivo,
acometendo desde a linha de implantação frontotemporal dos cabelos podendo
chegar até a região retro auricular. Pode acometer também os pelos das
sobrancelhas. Faz parte de um grupo de doenças conhecido como
 alopeciais cicatriciais do tipo primário, que se desenvolve em virtude
de um processo inflamatório formado predominantemente pelas células conhecidas
como linfócitos na proximidade da região do folículo piloso (raiz do cabelo) conhecida como
bulge. O bulge, por sua vez, é uma protuberância folicular  onde
se encontram as células tronco epiteliais dos folículos pilosos e está localizado nas
adjacências da implantação do músculo eretor do pelo e do canal de secreção
sebácea no ducto do folículo piloso, regiões conhecidas como istmo e
infundíbulo folicular. A AFF é classificada como uma alopecia
cicatricial porque o processo inflamatório linfocitário promove destruição
folicular substituindo o mesmo por um tecido fibrótico (cicatricial), e como
primária pois tem o folículo piloso como alvo do processo inflamatório.

FONTE DA IMAGEM: globalskinatlas.com
Clinicamente,
um dos sinais mais relevantes para a identificação de uma alopecia cicatricial
é a ausência de óstios foliculares visíveis ao exame físico na área de perda
capilar. Outros sinais clínicos presentes são a linha demarcatória entre a
fronte e o início do couro cabeludo antes do surgimento da doença, dor,
queimação e prurido de couro cabeludo e, mais recentemente, o
sinal da depressão da veia frontal descrito pelo médico espanhol Sérgio Vañó-Galván e seus colaboradores.
Entendo que o número de pacientes que sofre com esta alopecia é crescente, visto o número importante de casos diagnosticados e descritos na literatura em diversos centros médicos em todo o mundo. Atualmente, tenho focado alguns de meus estudos na AFF, uma vez que é o tema que escolhi para estudar em meu mestrado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), no Núcleo de Psicossomática e Psicologia Hospitalar. Por conta disso, tenho recebido muitos pacientes e voluntários que me procuram para cuidados e orientações sobre este quadro. 
FONTE DA IMAGEM: actasdermo.org
Ainda que o tratamento seja difícil e os quadros sejam resistentes à grande maioria das medicações existentes no mercado, entendo, junto com inúmeros pesquisadores em todo o mundo, que a estabilização da doença e a manutenção dela sob controle terapêutico é o melhor caminho a ser considerado nos dias atuais. Eventualmente, alguns pacientes podem melhorar e seus quadros regredirem, porém, esta situação costuma acontecer com pouca frequência.
Diagnosticar e estabelecer cuidados médicos precocemente é a melhor forma de evitar a evolução do problema. Por isso, o(a) paciente deve estar sempre atento(a) para procurar o médico o quanto antes. 
Referências:
Kossard S. Postmenopausal
frontal fibrosing alopecia.
Scaring
alopecia in a pattern distribution.
Arch Dermatol. 1994;130:770-4.
Miteva M. Alopecia frontal
fibrosante. In: Camacho F, Tosti A. Tricologia – Enfermedads del folículo
pilosebáceo. Madrid: Aula Médica; 2013. 1041-7.
Ohyama M. Etiopatogenia de las
alopecias cicatriciales primarias. In: Camacho F, Tosti A. Tricologia –
Enfermedads del folículo pilosebáceo.
Madrid:
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Harries MJ, Paus R. The pathogenesis of primary
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Kossard S, Lee MS, Wilkinson B. Postmenopausal frontal
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Vañó-Galván S,
Rodrigues-Barata AR, Urech M, Jiménez-Gómez N, Saceda-Corralo D, Paoli J,
Cuevas J, Jaén P. Depression of the frontal veins: A new clinical sign of
frontal fibrosing alopecia. J Am Acad Dermatol. 2015;72(6):1087–8.

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