Bons resultados com o uso de óleos essenciais no tratamento da alopecia areata (tomilho, alecrim, lavanda e cedro)
20 de janeiro de 2011
Às vezes encontro alguns artigos interessantes sobre temas que normalmente são pouco divulgados na área médica. Assuntos na maioria das vezes chamados de alternativos, mas que eu prefiro entender como complementares aos tratamentos convencionais com medicamentos.
Encontrei um trabalho muito bom de um grupo de pesquisadores da Escócia. O estudo foi publicado no periódico Archives of Dermatology, em 1998, com a aplicação de uma metodologia utilizada na medicina baseada em evidências, critério que atualmente define o real valor de um tratamento medicamentoso ou cirúrgico.
Os pesquisadores decidiram realizar aplicações diárias seguidas de massagem de uma mistura de óleos essenciais de tomilho, alecrim, lavanda e cedro com óleos carreadores de jojoba e sementes de uva no couro cabeludo de um grupo de pacientes afetados pela alopecia areata. E comparar este tratamento com o de um outro grupo onde eram aplicados e massageados diariamente apenas os óleos carreadores de jojoba e sementes de uva.
Dos 84 pacientes estudados, 43 foram alocados no grupo em que a mistura de óleos essenciais seria utilizada, enquanto 41 usariam apenas os óleos carreadores. Dermatologistas observaram a evolução dos participantes, através de avaliações físicas e acompanhamento de fotos, sem saber quais pacientes participavam de cada grupo. Um computador realizaria uma avaliação analítica dos resultados obtidos pelos pacientes. O estudo foi realizado por sete meses e teve um acompanhamento posterior ao protocolo de três a sete meses.
Ao final, 35 pacientes do grupo que utilizava os óleos essenciais terminaram o protocolo, enquanto que 28 dos que usavam apenas os óleos carreadores seguiram em tratamento.
Dos 35 pacientes do grupo que utilizou óleos essenciais, 19 tiveram melhora do quadro clínico, enquanto 16 pacientes não responderam bem ao mesmo. O grupo com óleos carreadores teve apenas seis pacientes apresentando melhora, sendo que em 22 pacientes não houve melhora do quadro.
Apesar dos resultados não serem tão expressivos no grupo que utilizou os óleos essenciais (pouco mais que 54% apresentaram melhora clínica), quando comparamos este resultado com o dos pacientes que usaram apenas os óleos carreadores (21% dos pacientes deste grupo tiveram algum sucesso), temos uma diferença muito significativa.
Os pesquisadores envolvidos no estudo concluíram que, utilizando uma metodologia usada em boa parte dos artigos científicos atuais para avaliar performance de medicamentos, o uso da mistura de óleos essenciais pode ser de grande valia pela efetividade e baixo risco à saúde do paciente. Além do que, comparados a resultados com outros tratamentos convencionais (o estudo cita o caso da medicação conhecida como difenciprona e do método conhecido como PUVAterapia), os benefícios deste tratamento com óleos essenciais foram estatisticamente melhores e mais seguros.
Minha opinião: o tratamento com óleos essenciais é uma opção pouco divulgada mas que pode sim ser tentada em pacientes que sofrem com o problema. Acredito que se utilizada como técnica complementar aos tratamentos convencionais poderá somar força a eles, e permitir uma evolução mais importante para os pacientes.
Referências:
Hay IC, Jamieson M, Ormerod AD. Randomized trial of Aromatherapy – Successful treatment for Alopecia Areata. Arch Dermatol. 1998;134:1349-1352