Cabelos são extremamente importantes para as mulheres. Muito mais do que estruturas com relevância biológica, os cabelos são simbolos da feminilidade.
A intensa preocupação com os cabelos pelas mulheres data dos primórdios da civilização e parece ganhar mais destaque nos dias atuais. A prova disso é mostrada pelos crescentes números do mercado cosmético capilar, o maior segmento de cosméticos em nosso país, assim como no mundo.
É interessante perceber que esses cuidados e preocupações variam dos mais simples até o exagero do uso de procedimentos químicos e físicos.
Em nossa sociedade o cabelo para as mulheres é um ornamento importante para sua identificação como gênero desde o nascimento, quando podemos perceber que desde o berçário pequenos adereços (fitinhas, lacinhos, presilhas), são alocados nos ainda parcos cabelinhos de recém nascidos do sexo feminino. Cuidados e procedimentos com o propósito de embelezamento e fortalecimento dos cabelos são realizados com muito mais frequência pelas mulheres do que por homens em qualquer perfil etário.
Beleza, liberdade, poder, sedução e feminilidade. Essas são algumas das palavras que vem à mente das mulheres quando questionadas sobre o que elas mais perdem na medida que vivenciam quedas capilares.
Por esses motivos, e certamente por não estarem preparadas para lidar com a queda capilar é que esse problema toma dimensões muito amplas nas mulheres, transcendendo a questão meramente física de ter em suas madeixas diminuídas, para ganhar grandes proporções no âmbito psíquico e emocional. Uma coisa é certa, mulheres sofrem muito mais que homens ao perder seus cabelos. Sofrem como se tivessem experimentando a trágica experiência da amputação de um membro. Quase que experimentando a dor fisica e psíquica de uma verdadeira amputação.
O crescente número de mulheres que perde cabelos tornou-se um evento característico dos tempos atuais. Acredita-se que o estilo de vida e a nova colocação da mulher na sociedade, com todas as exigências que o mundo apresenta a elas tem sido fator preponderante para isso.
Mudanças em hábitos comuns como alimentação, sono e o uso de medicamentos (incluindo contraceptivos), também parecem ter algum papel.
O estresse e a falta de atividades para dispersar questões relacionadas a ele (lazer e esportes, por exemplo), tem papel significativo no quadro.
O psicólogo e doutor em ciências da religião, Waldemar Magaldi, reflete em seu livro Dinheiro, saúde e sagrado, questões que envolvem uma tendência feminina de masculinizar dererminados aspectos de suas vidas para competirem de maneira mais igual aos homens no mercado de trabalho, tendo nessa uma possibilidade para explicar o elevado numero de mulheres apresentando questões físicas que até então eram muito mais comuns em homens. A queda capilar seria uma dessas manifestações. Magaldi, em seu livro ainda apresenta dados da indústria farmacêutica que provam o crescente número de prescrições de medicamentos anti androgênicos (drogas que combatem a ação dos hormônios masculinos) para mulheres.
Por fim, é crucial a devida valorização dos cabelos femininos, não apenas para questões que envolvem a saúde das mulheres, mas também por conta de serem as quedas de cabelos femininas um problema social, psíquico e emocional de grande impacto na vida delas, e que se mostra com estatística crescente.
O valor que os profissionais ligados à saúde e à beleza devem dar a essas questões precisa ser muito significativo, e o problema deve sempre ser abordado com todo carinho e cuidado quando uma mulher busca orientações e tratamentos para que ela possa ser amparada no sentido mais amplo possível.
As imagens desse post são do artista Alphonse Mucha, de origem tcheca e que foi um dos expoentes do estilo Art Nouveau.