
Gostaria de fazer uma correção aqui, dizendo que a presença de policistos ou micropolicistos nos ovários é um sinal clínico de que há alguma alteração na maneira como os hormônios atuam em nosso corpo ou mesmo uma alteração de produção hormonal (maior ou menor produção e secreção de determinados hormônios).
Os ovários policísticos podem ser causados por problemas tireoidianos, alteração na produção dos hormônios da hipófise (prolactina, ACTH, LH e FSH), alteração nas funções das glândulas adrenais (supra-renais), problemas relacionados ao metabolismo dos açúcares em nosso organismo, uma situação conhecida no meio científico como resistência à insulina. Sendo essas as causas do surgimento dos ovários policísticos, devemos entender que o que deve ser tratado numa situação em que o quadro de policistose ovariana é visto em um exame de ultrassom é a causa, e não os ovários. Que fique claro, não são os policistos o problema, mas sim um sinal de que há uma questão hormonal a ser corrigida. Tal qual a febre que pode nos avisar da presença de uma infecção, podemos tratar a febre, mas o tratamento ideal para a infecção será sempre a antibioticoterapia.

Apesar disso, quando identificada a causa hormonal dos ovários policísticos ao ultrassom, e quando a mesma foi uma possível responsável pela queda capilar, provavelmente o quadro de queda de cabelos responderá ao tratamento.
Por fim, é importante dizer que a pílula anticoncepcional ajuda qualquer caso de ovários policísticos (sinal clínico), mas nem sempre é o melhor tratamento. Um exemplo é a situação em que a policistose ovariana é decorrente de problemas de tireoide. Para essas pacientes o melhor tratamento será sempre a correção do problema tireoidiano, sendo o anticoncepcional, nesse caso, um medicamento coadjuvante ou simplesmente um método contraceptivo sendo utilizado em conjunto com o tratamento da tireoide.