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Como a meditação ajudou a tratar pacientes com calvície

Como a meditação ajudou a tratar pacientes com calvície (alopecia androgenética)
31 de agosto de 2011

Há tempos quero postar os resultados desta pesquisa que realizei com voluntários e que acabou por fazer parte da grade de palestras do Encontro Anual da European Hair Research Society, apresentada em Jerusalém no dia 8 de julho deste ano.

A ideia de pesquisar o uso da meditação como ferramenta para buscar melhores resultados em pacientes com alopecia androgenética (calvície genética) surgiu do fato de perceber um importante índice de pacientes com este tipo de queda capilar relatando estilo de vida estressante e nível de ansiedade elevado.

Convidamos um grande número de voluntários que responderam um questionário sobre estresse e ansiedade. Após selecionarmos pacientes com o perfil que desejávamos, partimos para a avaliação clínica e incluímos apenas pacientes do sexo masculino grau II a IV na classificação de calvície de Norwood-Hamilton. A idade dos pacientes variou de 17 a 32 anos.

Como principal motivação para o uso da meditação como ferramenta para redução do estresse, tínhamos um elevado número de trabalhos publicados em periódicos médicos comprovando os benefícios da meditação para a saúde em geral. As demais motivações eram: o paciente, uma vez orientado, poderia meditar em casa e por conta própria, poderia usufruir de seu tempo livre para praticar a meditação e, por último, não existem pesquisas que tenham citado os benefícios da meditação para tratamentos capilares.

Nossa amostra foi de 31 pacientes. Deste total, 16 deles receberam amostras de loções capilares com minoxidil a 5% e CDs com o mantra “Om”, incluindo orientações de um professor de yoga sobre como meditar. Para este grupo também foi sugerido que as meditações fossem feitas pela manhã e ao deitar, com uma rotina diária de duas vezes ao dia. O outro grupo, composto por 15 pacientes só recebeu as amostras com minoxidil a 5%. Os dois grupos deveriam utilizar a medicação apenas uma vez ao dia.

 Por fim, utilizamos o tricograma, exame que conta a porcentagem de cabelos em fase de crescimento em relação aos cabelos em fase de queda, para comparar os resultados de cada paciente após seis meses de tratamento. Os resultados mostraram uma diferença significativamente positiva (p<0,0001) a favor do grupo que praticou a meditação, como mostra o gráfico que compara a medição dos valores de delta dos resultados.

Não apenas baseados nos resultados do tricograma, utilizados para o estudo estatístico e que serviu de base para a elaboração do gráfico acima, mas também observando os pacientes, pudemos perceber que aqueles que praticaram a meditação estavam muito mais satisfeitos com seus resultados do que os que compunham o grupo que fez uso apenas do medicamento.

Ao longo do estudo também tivemos relatos de melhora na qualidade de vida dos pacientes como um todo, na medida em que suas quedas capilares estabilizavam e que seus cabelos tinham qualquer sinal de melhora.

Somado a isso, pelo questionário preenchido ao final do estudo, percebemos também que muitos daqueles que meditavam relatavam melhora na autoestima e mudanças positivas nas relações familiares, afetivas e no trabalho.

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