A pergunta que dá nome a esse texto é a primeira pergunta que faço a cada paciente que chega em consulta pela primeira vez. Sei que a partir dela tenho acesso a um conjunto de informações que são processadas a cada nova palavra e frase do paciente (que estrutura fantástica é o nosso cérebro que nos permite ter uma atividade receptiva e ao mesmo tempo reflexiva sobre aquilo que diz cada um de nossos interlocutores, nesse caso, meus pacientes).
Na medida que meu paciente me conta sua versão do problema vou tentando organizar o conteúdo que ouço, assim como estruturar as minha próximas perguntas que têm de explorar ainda mais o material já dito pelo meu paciente. Nessas horas, quanto mais informações que agreguem valor àquilo que faz sentido para a melhor compreensão do problema de meu paciente melhor.
Quanto mais sabemos sobre um tema mais sentido damos às informações colhidas. Por isso eu insisto comigo mesmo que tenho que me manter estudando todo o tempo, para não me precipitar nas conclusões e para não deixar de lado dados que são de grande relevância e que poderiam fazer com que a doença x, em virtude de um conhecimento mais pobre, não seja doença x e sim a doença y porque me faltou recursos para diferenciar uma da outra.
É através da melhora de meus conhecimentos como médico que eu consigo transmitir informações para meu paciente que já começam a ajuda-lo e que, por sí só, sabidamente, tem fins terapêuticos. Nada melhor do que encontrar um profissional que domina a área na qual trabalha, est é a experiência que tenho que viver com meu paciente. No geral, o resultado é uma boa explicação sobre sinais clínicos, sintomas, diagnósticos, diagnósticos diferenciais e as motivações para que alguns tratamentos sejam orientados em detrimento de outros.
Não posso esquecer de dizer que é o conhecimento que justifica eu prever a evolução de um paciente. E, quando ele não atinge as metas esperadas, promover as mudanças necessárias para que o tratamento fique melhor calibrado e seja capaz de gerar melhores resultados.
Por fim, que fique claro que a pergunta que dá nome a esse texto não tinha o propósito de perguntar ao leitor como eu poderia ajuda-lo, mas de explicar para ele um dos caminhos que busco para poder ajuda-lo da melhor forma possível.