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COMO SE CONSTRÓI CONHECIMENTO EM TRICOLOGIA – O mercado está cheio de profissionais, mas é preciso saber triar quem realmente está no mercado para fazer a diferença

Fiz 20 anos de formado esta semana e, desde que comecei a trabalhar, transitei por um número grande de ciências para construir meu conhecimento. Cuidados com a pele, tricologia, estética médica, cosmetologia, farmacologia, ciências básicas, ortomolecular, endocrinologia, obesidade mórbida e suas manifestações no cabelo e pele, saúde integrativa, saúde ambiental, filosofia, história, arte, administração, psicossomática, piscologia. Pode parecer pouco para alguns, mas certamente é pouco apenas para “alguns”. 

Que fique claro, essa é a base da construção de conhecimento que venho realizando a 20 anos. Sem contar é claro, a minha formação médica. Não foi do dia para noite. Este ano, em virtude de muito trabalho, acabei estudando um pouco menos. Leio/estudo ao menos 2h por dia. Nem sempre conteúdo da área de saúde, porque preciso de outros conteúdos que me façam ter um olhar mais abrangente sobre o mundo. Este ano investi na antropologia. Conhecer o ser humano, porque no fundo, é sobre o ser humano que está fundamentada todo a razão daquilo que faço como médico. 
Frequento eventos, faço cursos, leio muito (como já disse). Sempre fui um autodidata. Uma informação que leio ou vejo em um curso ou uma palestra vira a semente para eu ir atrás de mais conhecimento sobre aquele assunto. Nunca tomei o conteúdo de um curso ou de uma palestra como suficiente. Há coisas que naturalmente não me despertam tanta curiosidade, mas sobre aquelas que despertam vou chafurdar o máximo que posso. 
Tenho ministrado muitos cursos na área. Tenho visto muita gente boa surgir na tricologia. Cada um tem sua forma de ir atrás de conhecimento e fico encantado quando vejo que há outras formas interessantíssimas de aprender. Alunos e colegas de trabalho são fontes de aprendizado tais como os livros.
A vida é fonte de aprendizado. 
Por mais que eu saiba que há gente muito boa trabalhando ou começando a trabalhar com tricologia, há muita gente que faz um curso de 4h e passa a crer que sabe tudo. Gente despreparada e pretenciosa. Isso é lamentável. Não apenas na tricologia e na terapia capilar, em todas as áreas, mas vou ficar apenas no assunto que me diz respeito. 
Quando estruturei o projeto de Educação Continuada em Tricologia (ETC), da Academia Brasileira de Tricologia (ABT), foi para evitar esse tipo de situação e construir uma melhor formação e preparo de profissionais. Eu não imaginava, lá atrás, que o comportamento egóico, narcisista, assim como a falta de humildade de tanta gente fosse me surpreender. Sei bem que o mercado sabe triar quem é bom e quem é ruim. Tal qual a teoria da evolução, as leis de mercado cumprem o papel de excluir aqueles que se posicionam acima de suas próprias condições. Todo mundo pode criar condições de sustentabilidade no mercado. Mas quando o despreparo e a crença de que após um curso de 4h e a leitura das apostilas do curso a pessoa se julga conhecedora de tudo, algo de uma pretensão gigantesca, o mercado passa a ficar perigoso. Em especial para quem chega nesses profissionais para serem “tratados”. 
Estudei ou participei como voluntário (para aprender), em grandes instituições. Me orgulho de ter passado por elas. Não preciso cita-las aqui. Sei que são boas. Sei que me ajudaram muito a chegar onde cheguei após 20 anos de profissão. 
Sou curioso por essencia. Sou um adicto por conhecimento. Sou um leitor inveterado. Adoro estar do lado de gente interessante. Aprendo com elas. Se não sobre tricologia, sobre a vida. Adoro escutar histórias. Adoro olhar pessoas na rua, nos restaurantes, em lojas, supermercados. Aprendo com isso e por isso. 
Vou continuar lendo, participando de cursos, congressos, workshops. Vou continuar me formando. Há tanto para aprender. Há tanto conhecimento que ainda não tenho. E o que me felicita é isso. Saber que por mais que estude há sempre muito mais a estudar. Quero ser bom. E ser exemplo. Porque espero que o mercado da tricologia cresça. E ainda que cresça de forma torta, quero crer que minha intenção de fazê-lo melhor, de ver cada vez mais pacientes satisfeitos, não apenas com o meu trabalho, mas com o de meus pares, seja um legado. 
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