Um dos textos do blog que mais foi lido nos últimos meses foi o UMA GERAÇÃO DE MULHERES CALVAS. Após ter escrito sobre este texto recebi uma chuva de mensagens para falar sobre problemas capilares em crianças e jovens adolescentes. Já escrevi sobre isso aqui no blog, mas como estou montando um novo curso em que vou abordar este tema, estou estudando mais sobre o assunto e farei uma breve síntese aqui (alguns textos sobre queda capilar em crianças terão link no final deste texto)..
Diferentemente do texto sobre mulheres calvas, não quero ser alarmista, portanto, não pensem que vou dizer que todas as crianças estão ficando carecas, mas que há um crescimento da queda capilar em crianças e adolescentes, isso também é fato.
De uma forma não tão evidente quanto nas mulheres, crianças e adolescentes até seus 14 anos desenvolvem diversos tipos de queda capilar. Percebo que a maioria vinculada ao estresse e cobranças de vida, ansiedade também. Natural que haja algumas semelhanças causais entre a queda neste perfil etário com a de mulheres, mas em uma proporção que ainda não é tão importante.
É fundamental que os profissionais saibam lidar com esse perfil etário. A propósito, um perfil etário que ainda tem como peculiaridade uma certa imaturidade biológica e que envolve também uma imaturidade cutânea a capilar.
Nessa fase da vida a tendência de ter problemas hormonais como nos adultos é menos frequente, mas o estresse e e a susceptibilidade a alguns problemas de saúde como infecções, por exemplo, torna as crianças vítimas de casos alopecias do tipo areata e eflúvios, respectivamente.
Casos de ansiedade também provocam areata, assim como podem fazer surgir a tricotilomania (mania de arrancar os cabelos), manifestação com incidência crescente nas crianças.
A alopecia androgenética, calvície, também tem aparecido mais precocemente. Meninas a partir dos 11 anos e meninos após os 13 têm manifestado casos de severidade variada deste problema. Algo que está vinculado com a adrenarca e pubarca, quando hormônios esteróides que atuam na pele passam a interferir no comportamento das raízes capilares. São estes hormônios que estimulam o crescimento dos fios e, em alguns casos, podem causar atrofia dos mesmos, configurando a alopecia androgenética. Hábitos e susceptibilidade estão provocando uma antecipação etária dos casos de calvície e os profissionais devem estar atentos a isso.
Infelizmente casos de danos de cabelos e couro cabeludo causados pelo uso de químicas capilares em crianças aumento. Para mim este não é um problema de saúde, mas sim de responsabilidade dos pais e de profissionais que permitem e realizam, respectivamente, procedimentos assim nos pequenos.
Cuidar de crianças com queda capilar é algo que exige muita atenção. Crianças e adolescentes nem sempre podem usar tratamentos semelhantes aos de adultos e precisam ser, eventualmente, tratados em parceria com psicólogos (em especial nos casos de alopecia areata e tricotilomania). As terapias capilares cabem bem na abordagem terapêutica, assim como algumas medicações que devem ser orientadas segundo critérios seguros de posologia.
Minha experiência mostra que crianças podem evoluir bem. E, como em quase todos os casos de tricologia, em especial se tiverem seus quadros abordados precocemente.
A família, principalmente pais ou parentes mais próximos, são fundamentais no processo pois ajudam a manter o tratamento em dia e podem contribuir muito para o suporte emocional dos pequenos. Isso é imprescindível em qualquer caso de problema capilar infantil.
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