A menopausa é um momento importante da vida das mulheres. Não apenas pelas mudanças significativas no padrão endócrino que até o início do climatério se mostrava mais regular, mas também porque acompanha outras mudanças que são significativas no sentido da fisioanatomia geral do organismo. Em nosso curso do CAECI, O PAPEL DOS HORMÔNIOS NA QUEDA CAPILAR, trabalho muito o tema da menopausa e da saúde dos cabelos.
Cabelos secos, quebradiços, distróficos, eflúvio telógeno crônico, alopecia androgenética e alopecia senil são frequentes nesta fase da vida e os cuidados para manter a qualidade dos fios e reduzir o risco de perda capilar passa pela alimentação.
Em um artigo publicado no periódico Menopause Reviews (2016), a Dra Goluch-Koniuszy deixa claro o quanto a dieta é fundamental para a manutenção da saúde capilar. Partindo de uma base simples, a de que muitos alimentos tem nutrientes essenciais para a produção de hormônios esteróides, assim como para a formação de cabelos com boa estrutura proteica. Dentre os compostos que devem estar presentes nos alimentos para uma boa saúde capilar os aminoácidos sulfurados como a cisteína e a metionina que são precursores de queratina estão o de maior destaque. A L-Lisina ajuda saúde da pele e da região do folículo piloso conhecida como bainha radicular interna que é responsável pela forma e volume dos cabelos.
Também são considerações da autora do artigo:
– Alguns minerais são importantes para o crescimento capilar: zinco, ferro, cobre, selênio, silício, enxofre, magnésio e cálcio.
– Vitaminas que ajudam na saúde do cabelo são a vitamina C, vitamina A e vitamina do complexo B.
Sobre os polifenóis a autora lembra que os flavonóides, classe de polifenóis mais estudada em mulheres na menopausa, são importantes antioxidantes. Neste grupo encontram-se as flavononas, flavonas, isoflavonas e as antocianinas. Na superfície da pele estas substâncias agem com anti-radicais livres e nas porções mais profundas da pele agem como protetora contra as radiações ultravioletas. Também melhora a circulação sanguínea, o que acaba por contribuir para a saúde dos cabelos, além de algumas agirem como fitormônios, podendo contribuir com a atividade das células da papila dérmica e da matriz dos folículos pilosos.
No caso dos flavonoides do chá verde, estimulam o crescimento dos cabelos por aumento da fase de anágena, fase de maior atividade da raiz dos cabelos. .
Alguns flavonoides podem inibir a enzima 5-alfa-redutase, que tem papel importante no surgimento da calvície masculina e feminina, como é o caso do Saw Palmeto também conhecido como Serenoa repens.
Chocolate com cacau 70% ou mais e vegetais/frutas em geral são boas fontes de flavonoides (cebola, tomate, pimenta, pimentão brócoli, frutas vermelhas, maçã, frutas cítricas, uvas). Grãos em geral também são ricos em flavonoides.
No geral, é muito importante lembrar que uma boa alimentação é a base de uma boa saúde. No caso dos cabelos, em especial das mulheres na menopausa, os cuidados com a alimentação são importantíssimos para que alterações de qualidade e quantidade de fios não sofram interferência. O processo de aging capilar, já descrito na literatura médica, não está apenas vinculado ao embranquecimento dos fios mas também ás mudanças de estrutura que os fios desenvolvem, assim como ao surgimento de alopecias de severidade variada.
Além da alimentação e suplementação nutricional, cuidados medicamentosos e cosméticos podem ser fundamentais para a boa saúde e manutenção dos cabelos, principalmente quando a mulher já tem predisposição à perda capilar ou sofre com outras patologias que, de certa forma podem causar perda de cabelos direta ou indiretamente.
Referência:
Goluch-Koniuszy ZS. Nutrition of women with hair loss problem during the period of menopause. Menopause Rev 2016; 15(1): 56-61