Quando o assunto é queda capilar, muita gente que já passou por momentos de perda de cabelo, ou que desenvolveu qualquer tipo de rarefação ou calvície tem uma história para contar. Histórias de mais ou menos sucesso que vão nos levando a algumas perguntas:
Será que é possível encontrar o melhor tratamento capilar?
Será que existe um tratamento perfeito?
E se o problema for crônico, quão perto estamos de uma cura?
É difícil não pensar nessas possibilidades. Há casos que evoluem de forma excelente e outros nem tanto. E, naturalmente uma gama enorme de situações pode determinar o sucesso de um tratamento, entre elas, umas das mais complexas e a que mais incomoda pacientes e profissionais: a expectativa do paciente X o que é possível fazer. Para a maior parte dos pacientes, a impressão do tratamento é descolada da realidade, o que pode dificultar o encontro com a ideia de um tratamento ideal.
Quanto mais eu evoluí ao longo dos anos de prática cuidando dos cabelos mais vi evolução e condições de melhores resultados. Aqueles que não teriam quase nada de resultados hoje conseguem obter melhoras que deixam paciente e médico felizes. Aqueles com muita possibilidade de melhora também, alegram quando nos resultados chegam.
Natural que quando temos um tratamento que funciona bem, nosso desejo é replicar o resultado utilizando ele novamente, e em quantos pacientes entendamos que possam se beneficiar com tais resultados, na expectativa de que aquele é, enfim, um tratamento ideal. Porém, há sempre uma chance de isso não acontecer da mesma forma com todos os que tratarmos, algo para o qual devemos estar preparados.
Ao longo dos anos descobri que não devemos crer na possibilidade de um tratamento ideal ou perfeito, mas sim de que é o paciente que tem que ser perfeito para o tratamento. E como cada paciente é único, existirá para cada um deles um tratamento ideal ou perfeito. Algo que devemos buscar como o Graal de nossa prática a cada novo paciente que nos procura.
Ao mesmo tempo, penso que o tratamento ideal é aquele que pode ser planejado e reajustado de acordo com as necessidades periódicas o paciente. Na medida que o curso de cuidados avança e que percebemos onde podemos melhorar o que vem sendo feito.
Sobre a cura da calvície ou de tantas alopecias que vemos na prática tricológica? Não sou muito otimista. Não porque não creio que ela seja possível, mas porque creio que quem tem as ferramentas que poderiam nos ajudar a chegar nesse ponto não tem interesse nisso. Mas acredito que ela exista, e, se ela não estiver impossível a cada um de nós, através de caminhos que nos sejam possíveis percorrer, quem sabe no futuro poderemos comemorar essa possibilidade.