É interessante perceber o quanto a pele se relacionada com os demais sistemas corporais. De uma forma geral esse tipo de relação nos ajuda a entender a interdependência de estruturas que, apesar de serem partes e um todo deveriam trabalhar de forma harmônica. E harmonia é a palavra mais adequada para falar sobre essas relações entre órgãos e sistemas corporais. O leitor poderia se questionar se o termo correto não seria equilíbrio, mas eu afirmo, como uma vez me disse um dos grandes professores que passaram por minha vida que equilíbrio não é o termo correto. O equilíbrio é estático, a harmonia é dinâmica.
Num corpo que interage com o meio em que vive de forma tão intensa como o corpo humano, é quase impossível crer que o ideal é viver em equilíbrio com o meio. O certo é dizer que vivemos em harmonia. Respondemos aos estímulos que o meio nos proporciona. Um exemplo simples: a adaptação de nossos corpos às mudanças climáticas no transcorrer do ano. Estamos muito mais propensos a suar para perder calor num dia quente, e a tremer para gerar calor num dia mais frio. Respostas de um corpo que busca se harmonizar com o meio, mas não se equilibrar ao meio.
Num corpo que interage com o meio em que vive de forma tão intensa como o corpo humano, é quase impossível crer que o ideal é viver em equilíbrio com o meio. O certo é dizer que vivemos em harmonia. Respondemos aos estímulos que o meio nos proporciona. Um exemplo simples: a adaptação de nossos corpos às mudanças climáticas no transcorrer do ano. Estamos muito mais propensos a suar para perder calor num dia quente, e a tremer para gerar calor num dia mais frio. Respostas de um corpo que busca se harmonizar com o meio, mas não se equilibrar ao meio.
E falando em harmonia do nosso organismo com o meio, é interessante perceber o quanto nosso sistema endócrino, com suas glândulas, é capaz de responder aos estímulos do ambiente, a nossos hábitos e a nos comportamentos de uma forma ampla. Fazendo uma busca em algumas literaturas médicas, não é tão difícil encontrar medicamentos que podem interferir nos resultados dos exames hormonais.
Um exemplo frequente dessa interferência ocorre em mulheres que fazem uso de contraceptivos hormonais. Métodos como pílulas, adesivos, injeções, implantes ou DIUs liberadores de hormônios. Como o organismo dessas pacientes passa a receber hormônios exógenos (que não são produzidos pelo próprio organismo), em especial os estrogênios e progestágenos, uma resposta de todo o sistema endócrino poderá ocorrer interferindo na produção dos hormônios endógenos (produzidos pelo próprio corpo).
Na leitura de exames de uma pacientes que utiliza esses métodos contraceptivos poderemos encontrar, por exemplo, baixos níveis de hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo estimulante (FSH). Esses hormônios são responsáveis por estimular a produção endógena da progesterona e dos estrógenos. Se a paciente faz uso de medicamentos que tenham esses componentes (ainda que não sejam idênticos aos produzidos pelo nosso corpo), o sistema endócrino entenderá que não há necessidade de produzir LH e FSH em quantidades suficientes para estimular as glândulas e tecidos que produzem esses hormônios. Com isso, quando encontramos em uma mulher que utiliza contraceptivos hormonais o LH e o FSH abaixo dos níveis considerados “normais” como referência do laboratório, não devemos entender que há uma alteração hormonal, mas sim uma resposta adaptativa do sistema endócrino ao uso da pílula. Resposta essa que busca harmonizar o organismo ao uso desses compostos.
Nessas pacientes também podemos encontrar outras alterações que poderiam ser vistas como uma resposta adaptativa ao uso dos contraceptivos, testosterona total e livre em níveis abaixo do normal ou próxima aos limites mínimos do laboratório, globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG) acima dos níveis de referência, estradiol (um estrogênio) abaixo dos níveis de referência, e até mesmo o cortisol (hormônio produzido pelas adrenais) em níveis discretamente mais elevados do que os valores de referência. Tudo isso sem considerar essas alterações como sendo um problema, mas sim uma adaptação ao uso dos contraceptivos hormonais.
Quando tratamos cabelos, é comum pedirmos alguns exames como os acima citados. Para uma avaliação mais exata de como está o sistema endócrino, em especial a porção do sistema endócrino responsável pelos hormônios sexuais, é importante que a mulher esteja sem utilizar métodos contraceptivos hormonais. Do contrário, como dito acima, os resultados podem ser falseados pelos contraceptivos, provocando dúvidas nos pacientes e, eventualmente medidas desnecessárias de correção de problemas que são um reflexo dos hormônios exógenos e não uma alteração dos hormonal causada por um problema de saúde em si.