Já sabemos que o ginseng tem mostrado bons resultados em diferentes formas de alopecia, especialmente pela sua ação anti-inflamatória, antioxidante e moduladora da microcirculação. Mas o que talvez passe despercebido é que seu verdadeiro potencial terapêutico depende de outro protagonista: a microbiota intestinal.

Um estudo publicado no Frontiers in Nutrition revela que os principais compostos bioativos do ginseng, os ginsenosídeos, não são absorvidos diretamente em sua forma original. Eles precisam ser metabolizados pelas bactérias intestinais para gerar metabólitos ativos como o Compound K, que são os verdadeiros responsáveis por seus efeitos biológicos.

Mais interessante ainda é que essa interação é uma via de mão dupla. O ginseng também atua como modulador da composição da microbiota, promovendo espécies probióticas como Lactobacillus e Bifidobacterium, e reduzindo bactérias patogênicas. Isso favorece um ambiente intestinal mais equilibrado, reduz processos inflamatórios sistêmicos e melhora a imunorregulação.

Agora pense: se alopecias como a areata ou a androgenética envolvem desequilíbrios imunológicos, inflamação perifolicular e até alteração da vascularização do couro cabeludo, faz sentido supor que esse “eixo intestino-ginseng-couro cabeludo” tenha um papel estratégico no tratamento.

O artigo também aponta que esses efeitos podem se estender à saúde mental, ao metabolismo lipídico e à regulação hormonal, todos fatores já implicados na saúde capilar. E mais: quanto mais saudável for a microbiota, mais eficiente será a ação do ginseng.

No clínica, talvez valha a pena ir além do extrato. Avaliar a saúde intestinal e propor estratégias sinérgicas com prebióticos e probióticos pode ser o que falta para que o ginseng atue de forma plena do intestino ao folículo.

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