Há anos artigos apontam a inflamação como uma condição presente na patogênese da alopecia androgenética. Para você que não sabe o que é patogênese, explico: Patogênese é aquilo que induz e/ou promove evolução de uma doença.
E como gostaria de validar essa informação, cito um artigo de Vaccari e colaboradores, publicado em 2012, que apresenta o papel da caspase-1, uma proteína que atua em processos que levam à formação de compostos inflamatórios, na região perifolicular.
Vaccari não foi o precursor dessa ideia de inflamação do folículo piloso, associada à calvície, outros já falaram sobre isso antes, como Sueki e colaboradores, em 1999, que avaliaram inflamação em dois grupos de pacientes na região do vértice e na porção occipital do couro cabeludo. Confirmaram que na região de vértice, no alto da cabeça, região onde normalmente a calvície se manifesta, os pacientes tinham maior inflamação perifolicular.
Mas porque a inflamação na calvície é relevante? A maioria dos pacientes não tem sinais nem sintomas inflamatórios visíveis ou perceptíveis…
Realmente, isso pode acontecer, o paciente ser assintomático quanto a inflamação perifolicular, mas o folículo piloso e seu entorno sofrem muito, o que acaba colaborando para a formação de uma calvície mais acelerada e com prognóstico pior, via de regra.
Saber disso é algo fundamental para você que é paciente e que procura ajuda para tratar a queda de seus cabelos. E não falo isso para que você se medique sozinho, pelo contrário, mas para que possa entender que sem uma abordagem anti inflamatória para a calvície, o caminho para o bom resultado fica comprometido.
Há muitos anos, implantei um modelo de atenção e cuidados com a inflamação de meus pacientes tanto no home care quanto nos procedimentos que os pacientes fazem em minha clínica. Os resultados melhoraram consideravelmente, o que os deixou muito felizes.
Mas, voltando à inflamação perifolicular, Peyravian e colaboradores, em 2020, afirmaram que a inflamação na patogênese da Calvície feminina e da calvície masculina, é apoiada por achados clínicos, histológicos e de sequenciamento genético. Células inflamatórias como linfócitos, histiócitos, mastócitos. As células T CD4+, em especial, têm sido apontadas como comprometedoras do crescimento capilar, induzindo a queda de cabelos. Os autores sugerem que a inflamação é elementar para a calvície masculina e feminina, e reforçam a necessidade de abordar a inflamação em desenvolvimentos terapêuticos.
Em 2018, English Jr, em um modelo hipotético da complexa patogênese da calvície, desenvolvido com base em uma revisão de literaturas, reforça que a inflamação aumenta a resposta androgênica e, consequentemente, a parte da patologia da doença que compreende esta via de formação da calvície.
Tratar a inflamação, portanto, é algo crucial em minhas abordagens, e, certamente, você ficará muito mais satisfeito com os resultados