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MEDIDAS DESESPERADAS DE QUEM PERDE CABELO – PORQUE NÃO FUNCIONAM

Uma das situações que mais observo nos meus atendimentos de queda capilar são aquelas que chamo de medidas desesperadas dos pacientes. Condutas tomadas para exercer controle sobre algo muito difícil de controlar, a queda capilar PROGRAMADA.
Mas o que é a queda capilar programada? É uma situação comum à grande maioria das perdas de cabelo e que define que os cabelos raramente caem em virtude do que fazemos hoje, mas sim, em virtude de uma programação de meses atrás. Pode parecer uma loucura imaginar que uma queda de cabelo possa estar associada a algo que aconteceu no passado, mas já falamos inúmeras vezes dessa situação que, na verdade, está associada ao chamado ciclo dos cabelos. Acho até que posso explicar aqui um pouco mais sobre isso, mas vou fazer me apoiando na figura abaixo.
 

A fase anágena é também chamada de fase de crescimento. Sempre que termina é seguida da fase de transição (catágena) e da de queda (telógena). Tomei cuidado de colocar na figura o tempo de duração de cada fase, uma vez que considero isso extremamente importante. Os cabelos, nos pacientes sem problemas capilares e naqueles com alguns tipos de alopecias, só irão cair após o termino da fase telógena. Ou seja, devem passar 2 a 3 semanas na fase catágena e mais 2 a 3 meses na fase telógena antes de se desprender do couro cabeludo.
Neste caso, o cabelo que caiu hoje foi programado para cair há alguns meses atrás (tempo da catágena + telógena = tempo em que o cabelo parou de crescer e começava a se aprontar para cair). Então, não adianta fazer muita coisa para evitar esta queda.

Medidas desesperadas são, normalmente, evitar lavar, evitar pentear, evitar passar a mão. Nada disso vai manter os cabelos na cabeça e, consequentemente, nada disso vai ter impacto numa prevenção do processo. O que previne a queda é entender a causa e trata-la. Mas a redução da queda só se dá, normalmente, após uns meses do início do tratamento (a mesma soma do tempo de catágena com telógena citado no parágrafo acima).

Uma vez iniciado um tratamento e eliminadas ou bloqueadas as causas, a tendência é de o cabelo voltar a crescer por mais tempo e diminuir a saída de cabelos da fase de crescimento para as fases que precedem a queda. Com isso, o balanço capilar (balanço capilar = nascimento – perda), começa a ficar positivo e a tendência é a de a cabeleira aumentar (desde que o couro cabeludo tenha condições para isso, algo que pode ser verificado por um profissional da área).

Há muita bobagem e enganação no mercado e no discurso de profissionais mal informados ou mal intencionados. Espero ter deixado claro para o leitor que o que funciona mesmo é o bom diagnóstico da causa para o tratamento efetivo da mesma e, consequente a diminuição da entrada dos cabelos em fase de queda. O que for diferente disso é balela.

Lavar, pentear e passar a mão nos cabelos só soltarão os cabelos prontos para cair. E isso, ainda que possa parecer estarrecedor não é nada mais do que algo que já estava previsto (programado), pelo problema que aflige o paciente. Se há algo que pode reduzir a um problema de queda capilar é, repetindo, um bom diagnóstico e um bom tratamento.

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