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MERIDA, A PRINCESA DO FILME VALENTE E O SIGNIFICADO SIMBÓLICO DE SEUS CABELOS

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Hoje dei uma palestra sobre Arte, Símbolos, Emoções e Queda Capilar no Curso Master Classes do Congresso da International Association of Trichologists (IAT).

Preparei uma aula nova em que falei sobre obras de arte (pinturas, vitrais, esculturas e outras expressões artíaticas como musicais, filmes e animações do cinema).
Em um determinado momento me dei conta de que na animação chamada Valente, que conta a história da jovem Merida, uma princesa irlandesa de cabelos ruivos e cheios de cachos, há uma Bruxa pequena, grisalha, com pelos no queixo, e que, apesar de seus cabelos ondulados, penteados de forma a mantê-los com seus movimentos controlados, parece ser a imagem da sombra (sob a ótica da psicologia analítica) da jovem princesa. 
Merida é cheia de energia, gosta de cavalgar, usar seu arco para lançar flechas com precisão e tenta de todas as formas evitar se prender a relações afetivas, tema que dá origem ao conflito que vai estabelecer com sua mãe, que quer que a princesa encontre um marido. 
A Bruxa, por sua vez, tem uma postura arqueada, movimentos limitados, falta à sua figura a energia que sobra a Merida, mas parece entender o sofrimento da princesa (mais do que sua mãe) e a ajuda propondo uma pseudo solução que acaba por transformar a rainha (mãe de Merida), em uma fêmea de urso. Antes desta maluca transformação, a mãe de Merida força a barra com a jovem princesa. Quer que ela escolha um noivo entre três opções. Toda a revolta de Merida diante da imposição de sua mãe fica evidente quando a princesa é obrigada a se vestir com uma indumentária que mantém seus cabelos presos (sob controle), roubando de Merida, ainda que de forma temporária, a vivacidade, o ar leve e, até mesmo selvagem, que sua cabeleira cacheada faz transbordar. 
A Bruxa, como sombra da princesa, parece não existir. Há momentos no filme em que a Bruxa evanesce como se nunca estivera ali, como se fosse uma criação da psique de Merida que para encontra-la segue pequenas chamas luminosas que parecem mostrar a ela os caminhos que levam à atrapalhada situação de ver a mãe convertida em um urso, algo que é chocante para a princesa. Ter a mãe na forma do urso parece causar muito mais incômodo do que escolher um noivo. 
Merida precisa, ao longo da história, encontrar um balanço adequado entre seus desejos e suas preocupações/obrigações. Se fazer entender para sua família, em especial para sua mãe, sem corromper a relação parental entre elas. E isso acontece ao final do filme (não vou contar aqui para não dar spoiler, apesar de ser um filme de 2012). 
Como disse, em minha aula de hoje falei sobre o significado simbólico dos cabelos. Usei Merida, assim como usei Rapunzel e usei a linda Princesa Tiana. Cada uma delas trazendo elementos simbólicos representados por seus cabelos ou penteados. Para Merida, liberdade, vivacidade, identidade. Quando minha filha tinha quatro anos levei-a para ver Valente no cinema. Me encantei com a personagem. Com seus cabelos. Com sua vontade de viver. Merida merece estar em minhas aulas, assim como Tiana, sobre quem escreverei em breve. 
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