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Minoxidil – O que pode ser dito sobre a primeira medicação aprovada para o tratamento da queda capilar

A primeira medicação aprovada pelo Food and Drug Administration (FDA), para uso no tratamento da queda capilar foi o Minoxidil de uso tópico.
Essa medicação, desenvolvida para o tratamento da hipertensão e, inicialmente sendo utilizada por via oral, aos poucos deu sinais de que poderia promover aumento dos cabelos e pelos do corpo como um de seus efeitos colaterais. Com isso, estudos foram realizados para averiguar suas vantagens quando aplicada em áreas calvas na forma de loção e, a partir daí, todo desenvolvimento da medicação como conhecida atualmente foi sendo elaborado.
Sua aprovação pelo FDA veio na década de 80, quando começou a ser comercializada na dosagem de 2% do ativo na solução. Sendo a primeira medicação com eficácia comprovada nos casos de calvície foi ganhando adeptos, médicos e pacientes, que passaram a ver nela uma ótima opção para o problema (tendo em vista a falta de opções que havia na época). O encantamento inicial foi sendo gradativamente substituído pela decepção de muitos. Apesar do minoxidil ser eficiente para casos inciais de calvície, não era uma formulação mágica ou milagrosa como muitos acreditaram que poderia ser. A realidade que bateu à porta de médicos e pacientes foi a de uma medicação capaz de melhorar os cabelos de muita gente, mas sempre com efeitos que poderiam variar de limitados a muito bons, mas nunca 100% efetivos.
A chegada da Finasterida ao mercado, na segunda metade da década de 90, após ter sido aprovada pelo FDA, deu novo fôlego ao laboratório que comercializava o Minoxidil e estudos com dosagens de 5% foram lançados, revigorando o produto no mercado. A realidade era simples, o Minoxidil a 5% trazia resultados mais rápidos, porém, ao final de 6 meses de tratamento eles não eram muito diferentes dos que eram encontrados com o mesmo ativo na solução a 2%. Mas, como a grande maioria das pessoas que perde cabelos quer resultados mais rápidos, logo foi incorporado de forma ampla à vida dos antigos pacientes da mesma medicação a 2%, daqueles que começavam a tratar sua calvície pela primeira vez, dos que tinham medo dos efeitos colaterais da finasterida (já tratamos dos efeitos colaterais dessa medicação em outros posts – VIDE REFERÊNCIAS NO FINAL DESTE POST), assim como daqueles que entendiam que como a finasterida não conflita com o minoxidil no mecanismo de ação, poderiam usa-los de forma associada. 
O problema que começou a ser observado nos pacientes que usavam a medicação a 5% é que essa dosagem provocava um aumento acentuado da queda nas primeiras semanas de uso, causando ansiedade e um questionamento do paciente sobre a eficácia do produto. Tudo porque, quando usado a 5% o minoxidil provoca a soltura mais acelerada dos cabelos QUE JÁ ESTÃO PROGRAMADOS PARA CAIR, para depois provocar crescimento capilar. Passada essa fase inicial de queda estimulada pela medicação, a recuperação dos cabelos é rápida, mas, assim como já citado acima no que diz respeito à dosagem de 2%, não consegue agradar a todos por continuar não sendo milagrosa. Normalmente é efetiva nas calvície mais iniciais ou nos casos moderados de rarefação capilar. 
Por fim, após tantos comentários sobre a medicação, fica a questão do seu mecanismo de ação. Sendo por natureza um medicamento que foi usado para o tratamento da hipertensão, o Minoxidil tem como principal mecanismo de ação a vasodilatação, ou seja, o aumento do fluxo sanguíneo nas áreas onde a loção é aplicada. Por conta disso (vasodilatação), ou por outros mecanismos ainda não compreendidos, o minoxidil provoca aumento da fase de crescimento capilar, favorecendo cabelos mais longos e menos cabelos na fase de queda. Por último, com o passar dos meses, também favorece o engrossamento dos fios, deixando os cabelos mais cheios. 
Há alguns anos em uma literatura médica (já citada neste blog para explicar inflamação neurogênica), encontrei indícios de que o minoxidil tem uma certa ação protetora dos folículos pilosos contra o estresse. Essa informação me fez repensar na medicação como um excelente coadjuvante nos tratamentos capilares, visto que atualmente, sendo pela vida agitada que a grande maioria das pessoas leva, ou até mesmo pela ansiedade provocada pela própria queda capilar, muitos de nós vive adaptado ao estresse do dia a dia, sem perceber o quanto ele nos faz mal e pode, direta ou indiretamente, estar provocando queda capilar. Por conta disso, tenho entendido que o minoxidil, não só pelas suas propriedades clínicas já reconhecidas, mas também por proteger os folículos do estresse de nossas vidas, é um grande auxiliar dos tratamentos de queda capilar. 
Dr Ademir C Leite Júnior – www.ademirjr.com.br
SOU CONTRA A AUTOMEDICAÇÃO e que meu objetivo aqui é apenas tecer comentários sobre o que vem sendo publicado em revistas médicas. 
Logo, não vou usar este espaço para divulgar medicamentos ou falar de produtos, até porque este blog só terá compromisso com a saúde do leitor e com as conclusões científicas que vem sendo publicadas em todo o mundo.
Mais que isto, sugiro a quem vier a ler este blog que sempre procure um médico antes de tomar qualquer tipo de medicamento. Até porque, só o médico poderá saber qual o melhor tratamento para o seu problema.
OBS: NÃO EXISTE CONFLITO DE INTERESSES DE MINHA PARTE EM RELAÇÃO AO USO DE QUALQUER MEDICAMENTO CITADO NESTE POST.
REFORÇO AO LEITOR QUE SEMPRE PROCURE UM MÉDICO ANTES DE TOMAR QUALQUER TIPO DE MEDICAMENTO E QUE TENHA EM MENTE QUE SÓ O MÉDICO PODERÁ SABER QUAL O MELHOR MEDICAMENTO PARA O SEU CASO EM ESPECIAL.

Referências: 
Römer B, Pfeiffer N, Lewicka S, Ben-Abdallah N, Deuschle M, Vollmayr B, Gass P.Finasteride treatment inhibits adult hippocampal neurogenesis in male mice.Pharmacopsychiatry. 2010; 43(5):174-178. 

  1. Irwig MS
  2.  

  3. , 
  4.    

  5. Kolukula S. 
  6.   Persistent Sexual Side Effects of Finasteride for Male Pattern Hair Loss. The Journal of Sexual Medicine. DOI: 10.1111/j.1743-6109.2011.02255.x

    Peters EMJ, Handjiski B, Kuhlmei A, Hagen E, Bielas H, Braun A, Klapp BF, Paus R, Arck PC. Neurogenic inflammation in estress-induced termination of murine hair growth is promoted by nerve growth factor. American Journal of Pathology. 2004;165:259-271.
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