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O ACOMPANHANTE DO PACIENTE NA CONSULTA MÉDICA DE TRICOLOGIA

Quem já leu meu livro COMO VENCER
A QUEDA CAPILAR sabe que em um dos capítulos eu faço um relato dos tipos de
pacientes que frequentam clínicas e consultórios especializados em cabelos. Há
um em especial que me chama muito a atenção, o paciente que entra com acompanhante
para ser atendido.
Existem acompanhantes de todos os
tipos, os que colaboram, os que se intrometem, os que desmentem os pacientes,
os que atendem telefone celular durante a consulta, os que querem filar
consulta enquanto o paciente é atendido, os que para acompanhar a esposa (ou o
marido), entram com os filhos resultando numa bagunça enorme, as mães ou os
pais que não perceberam que os filhos já estão crescidos e insistem em
responder as perguntas da história clínica pelos filhos, entre outros.
Salvo quando o paciente seja
menor de idade e realmente não tenha consciência exata de seu problema ou que o
paciente, por algum motivo, esteja impossibilitado de comunicar, a escolha do
paciente por entrar na consulta com um acompanhante é algo que pode ser
positivo ou negativo. Positivo porque algumas verdades que o paciente esteja
querendo omitir virão à tona. Negativo porque o paciente eventualmente entra em
conflito com o acompanhante e isso acaba gerando uma confusão de todo tamanho
na consulta. Ou, alguns pontos importantes para o melhor entendimento do
problema acabam sendo omitidos.  
Acho interessante o acompanhante
que corrige o paciente quando isso me ajuda a compreender melhor os motivos do
paciente estar com o problema que o levou à consulta. Mas se puder escolher
prefiro que o paciente entre sozinho para ser consultado. A consulta, salvo
algumas raras exceções, fica mais aberta, mais sincera e, quando o paciente tem
algo mais sério para dividir comigo, a preservação do espaço da consulta
colabora para que assuntos mais complexos aparecem. Problemas familiares,
relações afetivas conturbadas, doenças sexualmente transmissíveis, uso de
drogas são assuntos que podem ter a ver com o problema capilar e que podem
ficar de lado em uma consulta de um paciente acompanhado.
Não me oponho ao acompanhante,
mas tomei uma postura, para o melhor aproveitamento da consulta por parte do
próprio paciente e para uma melhor manutenção do meu exercício profissional que
apenas um acompanhante participe da consulta. Na sala de espera sempre há
aqueles que ficam chateados por não entrarem juntos ou aqueles que se incomodam
com essa minha postura. De verdade, minha preocupação maior é o paciente e o
que posso fazer de melhor para ele. Se ter a sala cheia de pessoas enquanto
atendo apenas uma delas é ruim para mim, e, consequentemente, ruim para o
paciente, seguirei mantendo a minha decisão.

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