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O IGF-1 e sua relação com o crescimento capilar

O crescimento capilar é uma preocupação para muitas pessoas em todo o mundo. Embora existam várias abordagens e tratamentos disponíveis, compreender os mecanismos biológicos por trás do crescimento capilar é fundamental para desenvolver estratégias eficazes. Um dos componentes-chave envolvidos nesse processo é o fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1), uma proteína conhecida por seu papel na regulação do crescimento e desenvolvimento celular. Neste artigo, exploraremos as formas mencionadas de aumentar a produção de IGF-1 no organismo e sua potencial influência no crescimento capilar.

IGF-1 e Crescimento Capilar: O IGF-1 desempenha um papel crucial no ciclo de crescimento capilar. É produzido em várias partes do corpo, incluindo o fígado, e é responsável por estimular a atividade das células-tronco nos folículos capilares. Quando os níveis de IGF-1 são adequados, eles promovem a fase de crescimento do cabelo, resultando em fios mais fortes, espessos e saudáveis.

Estimulando a Produção de IGF-1:

  • Atividade Física: A prática regular de exercícios físicos tem sido associada ao aumento da produção de IGF-1. Durante o exercício, ocorre a liberação do hormônio do crescimento (GH), que estimula a produção de IGF-1. A atividade física regular, combinada com uma rotina adequada de descanso e sono, pode contribuir para a regulação hormonal adequada e, consequentemente, para a produção de IGF-1.
  • Dieta Balanceada: Uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes pode influenciar positivamente a produção de IGF-1. Alimentos como proteínas de alta qualidade, como carnes magras, peixes, ovos e laticínios, fornecem os aminoácidos necessários para a síntese de IGF-1. Além disso, a inclusão de alimentos ricos em ômega-3, como peixes gordurosos, e fontes de zinco, como carnes vermelhas, pode ajudar a promover a produção adequada de IGF-1.
  • Sono de Qualidade: Um sono adequado e de qualidade é essencial para a regulação hormonal e a produção de IGF-1. Durante o sono, especialmente nas fases de sono profundo, ocorre a liberação do hormônio do crescimento (GH), que estimula a produção de IGF-1. Priorizar uma rotina de sono regular, adotar hábitos saudáveis ​​de higiene do sono e criar um ambiente propício para o descanso são medidas importantes para promover a produção adequada de IGF-1.
  • Fatores Naturais: Alguns compostos naturais, como o mio-inositol e as isoflavonas encontradas em alimentos como a soja, têm sido estudados por seu potencial em influenciar indiretamente a produção de IGF

Isoflavoma e Capsaicina no aumento do IGF-1
Importante lembrar de um estudo, em especial, que diretamente associou a isoflavona, citada acima, e a capsaicina, composto bioativo extraído das pimentas e pimentões, ao aumento da produção de IGF-1 e estímulo do crescimento dos cabelos. Tal estudo intitulado Administration of capsaicin and isoflavone promotes hair growth by increasing insulin-like growth factor-I production in mice and in humans with alopecia, publicado em 2007 na revista Growth Hormone & IGF Research, investigou os efeitos da administração de capsaicina e isoflavonas na produção de IGF-1 e crescimento capilar em camundongos e seres humanos com alopecia.

Os resultados desse estudo sugeriram que a capsaicina e as isoflavonas podem aumentar a produção de IGF-1, o que, por sua vez, pode promover o crescimento capilar. Os pesquisadores observaram um aumento significativo nos níveis de IGF-1 no sangue dos camundongos tratados com capsaicina e isoflavonas, bem como uma melhora no crescimento e densidade do cabelo.

Além disso, o estudo também relatou um caso de um paciente humano com alopecia que foi tratado com uma combinação de capsaicina e isoflavonas. Após o tratamento, observou-se uma melhora significativa no crescimento capilar desse paciente, acompanhada por um aumento nos níveis de IGF-1.

Esses resultados preliminares são promissores e sugerem que a capsaicina e as isoflavonas podem ter um papel na promoção do crescimento capilar por meio do aumento da produção de IGF-1. No entanto, é importante ressaltar que mais pesquisas são necessárias para confirmar esses efeitos e entender melhor os mecanismos subjacentes.

IGF-1 Sintético

O IGF-1 sintético, também conhecido como IGF-1 humano recombinante, é uma forma laboratorialmente produzida do fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1) humano. O IGF-1 sintético tem sido estudado e utilizado em várias áreas da medicina, incluindo a dermatologia e a cosmetologia, devido ao seu potencial em promover o crescimento capilar e melhorar a saúde dos cabelos.

O IGF-1 sintético pode ser aplicado topicamente no couro cabeludo ou incorporado em produtos capilares, como loções ou séruns, para estimular o crescimento capilar. Acredita-se que o IGF-1 sintético atue diretamente nos folículos capilares, promovendo a ativação das células-tronco e prolongando a fase de crescimento do cabelo, conhecida como fase anágena.

Ao estimular a produção de queratinócitos, células que formam a fibra capilar, o IGF-1 sintético pode aumentar a densidade e espessura dos fios, resultando em um cabelo mais saudável e volumoso. Além disso, o IGF-1 sintético pode também melhorar a vascularização do couro cabeludo, aumentando o suprimento de nutrientes e oxigênio para os folículos capilares.

Plasma Rico em Plaquetas e Microagulhamento e o IGF-1

Certos procedimentos estéticos, como o Plasma Rico em Plaquetas (PRP) e o microagulhamento, têm sido utilizados no tratamento da queda de cabelo e na promoção do crescimento capilar. Embora a relação direta entre esses procedimentos e a produção de IGF-1 no couro cabeludo ainda não esteja completamente estabelecida, eles podem desempenhar um papel indireto na estimulação da produção de IGF-1.

O PRP é um tratamento que envolve a coleta de uma amostra de sangue do paciente, que é então centrifugada para separar o plasma rico em plaquetas. O plasma, rico em fatores de crescimento, incluindo o IGF-1, é injetado no couro cabeludo para estimular o crescimento capilar. Embora o mecanismo exato de ação do PRP no crescimento capilar não seja completamente compreendido, acredita-se que o IGF-1 presente no plasma rico em plaquetas possa desempenhar um papel na regeneração e crescimento dos folículos capilares.

Por outro lado, o microagulhamento é um procedimento em que um dispositivo com microagulhas é usado para criar pequenas perfurações na pele do couro cabeludo. Essas microlesões estimulam a resposta de cicatrização do organismo, o que pode levar à liberação de fatores de crescimento, incluindo o IGF-1. Acredita-se que o aumento da produção de IGF-1 e outros fatores de crescimento possa contribuir para a regeneração e crescimento dos folículos capilares.

Embora esses procedimentos possam ter um efeito indireto na produção de IGF-1 no couro cabeludo, é importante notar que os mecanismos exatos ainda não são totalmente compreendidos e mais pesquisas são necessárias para confirmar sua eficácia e determinar a extensão do papel do IGF-1 nesses tratamentos. Portanto, é essencial procurar um dermatologista ou profissional de saúde qualificado para obter informações específicas sobre esses procedimentos, suas aplicações e resultados esperados com base no seu caso individual.

Combate à Resistência à insulina e o IGF-1

A melhora da resistência à insulina pode influenciar positivamente o aumento da produção de IGF-1 devido à sua relação com a regulação do metabolismo e do sistema hormonal. A resistência à insulina é uma condição na qual as células do corpo têm dificuldade em responder adequadamente à ação da insulina, resultando em níveis elevados de glicose no sangue.

Quando a resistência à insulina é reduzida, o organismo é capaz de usar a insulina de maneira mais eficiente. Isso pode levar a uma melhor regulação do metabolismo, incluindo a metabolização de açúcares e gorduras. Além disso, a melhora da sensibilidade à insulina também pode ter efeitos na regulação hormonal, incluindo a produção de IGF-1.

A insulina desempenha um papel importante na regulação da produção de IGF-1 no fígado e em outros tecidos. A resistência à insulina pode afetar negativamente a produção de IGF-1, resultando em níveis mais baixos desse fator de crescimento. No entanto, quando a resistência à insulina é reduzida, a sinalização da insulina melhora, o que pode levar a um aumento na produção de IGF-1.

O IGF-1 está envolvido em vários processos biológicos, incluindo a regulação do crescimento e desenvolvimento celular. O aumento da produção de IGF-1 pode ter efeitos benéficos na saúde em geral, incluindo o crescimento capilar.

A melhora da resistência à insulina pode ser alcançada por meio de várias estratégias, como a adoção de uma dieta equilibrada e saudável, prática regular de exercícios físicos, controle do peso corporal e, em alguns casos, uso de medicamentos prescritos por um profissional de saúde qualificado.

Dihidrotestosterona (DHT) e o IGF-1
A di-hidrotestosterona (DHT) é um hormônio androgênico que desempenha um papel crucial na regulação do crescimento capilar e na calvície de padrão masculino. A DHT é produzida a partir da conversão da testosterona pela enzima 5-alfa redutase em tecidos sensíveis aos andrógenos, como o couro cabeludo.

Embora a relação exata entre a DHT e a produção de IGF-1 não seja totalmente compreendida, sabe-se que a presença de DHT em excesso pode levar à redução dos níveis de IGF-1. Acredita-se que a DHT possa interferir na produção de IGF-1 ao afetar a sinalização hormonal e a função dos folículos capilares.

A DHT tem a capacidade de se ligar a receptores específicos nos folículos capilares, levando a um encurtamento da fase de crescimento capilar (fase anágena) e diminuição da atividade das células-tronco nos folículos. Isso pode resultar em fios mais finos, frágeis e, eventualmente, na miniaturização dos folículos capilares, levando à queda de cabelo.

Além disso, alguns estudos sugerem que a DHT pode inibir a produção de IGF-1 diretamente nos folículos capilares. A presença excessiva de DHT pode interferir na sinalização dos fatores de crescimento, incluindo o IGF-1, afetando negativamente o ciclo de crescimento capilar e o desenvolvimento celular.

Portanto, a redução dos níveis de DHT ou o bloqueio de seus efeitos nos folículos capilares é um objetivo importante no tratamento da queda de cabelo associada à sensibilidade aos andrógenos. Medicamentos como a finasterida e a dutasterida são inibidores da enzima 5-alfa redutase e podem reduzir a conversão de testosterona em DHT, ajudando a preservar a produção de IGF-1 e retardando a progressão da calvície.

O IGF-1 pode diminuir a atividade do DHT no folículo piloso

o aumento da produção de IGF-1 pode ter um efeito positivo no enfrentamento dos efeitos negativos do DHT nos folículos capilares. O DHT é conhecido por encurtar a fase de crescimento capilar (fase anágena), levar à miniaturização dos folículos e, eventualmente, à queda de cabelo. Por outro lado, o IGF-1 desempenha um papel importante na regulação do crescimento e desenvolvimento celular, incluindo o crescimento capilar.

Acredita-se que o aumento da produção de IGF-1 possa contrabalançar os efeitos prejudiciais do DHT nos folículos capilares. O IGF-1 estimula a atividade das células-tronco nos folículos, promovendo a regeneração celular e prolongando a fase de crescimento do cabelo. Ao fazer isso, ele pode ajudar a fortalecer os folículos capilares, tornando-os menos suscetíveis aos efeitos negativos do DHT.

Além disso, o IGF-1 também pode ter efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes que podem ajudar a proteger os folículos capilares do estresse oxidativo e inflamação, fatores que estão associados à queda de cabelo.

No entanto, é importante ressaltar que o equilíbrio hormonal e a sensibilidade individual aos andrógenos podem variar de pessoa para pessoa. O aumento da produção de IGF-1 pode ser benéfico para algumas pessoas, mas pode não ser suficiente para reverter totalmente os efeitos do DHT em outras.

Conclusão:

Para finalizar, é importante dizer que o fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1) desempenha um papel fundamental na regulação do crescimento capilar e no combate à queda de cabelo. Seus efeitos benéficos estão associados à sua capacidade de estimular a atividade das células-tronco nos folículos capilares, promover a regeneração celular e prolongar a fase de crescimento do cabelo. Por meio desses mecanismos, o IGF-1 pode fortalecer os folículos capilares e torná-los menos suscetíveis aos fatores que contribuem para a queda capilar, como o hormônio di-hidrotestosterona (DHT).

Ao aumentar a produção de IGF-1, é possível contrabalançar os efeitos negativos do DHT nos folículos capilares, que incluem o encurtamento da fase de crescimento capilar e a miniaturização dos folículos. Além disso, o IGF-1 também pode ter efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes, que ajudam a proteger os folículos capilares do estresse oxidativo e inflamação, contribuindo para a saúde capilar.

Embora os mecanismos exatos de como aumentar a produção de IGF-1 no couro cabeludo ainda estejam sendo explorados, estratégias como a prática regular de atividade física, alimentação equilibrada, melhora da resistência à insulina e procedimentos como o Plasma Rico em Plaquetas (PRP) e o microagulhamento podem influenciar indiretamente a produção de IGF-1 e, assim, estimular o crescimento dos cabelos.

Cabe lembrar que cada indivíduo pode responder de maneira diferente às intervenções para aumentar a produção de IGF-1. Apesar de todos os argumentos aqui apresentados, é importante salientar a relevância de se procurar um profissional médico para que as orientações precisas sobre como se beneficiar dos mecanismos de aumento do IGF-1 no tratamento capilar.

Outro ponto que deve ser lembrado é o de que o IGF-1 não é apenas mocinho no nosso organismo. ele pode estar envolvido com o surgimento de problemas de saúde que são relevantes, entre eles, até mesmo o câncer. Então, seguir sempre orientações médicas é crucial para se obter o melhor das orientações que otimizam o crescimento capilar através do IGF-1.

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