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O QUE HÁ DE ERRADO COM MEUS CABELOS QUE NÃO PARAM DE CAIR? – PARTE 2

Este texto é continuação do texto:
Dando sequência aos motivos pelos quais seus cabelos não param de cair, volto à questão do reducionismo no diagnóstico da perda dos cabelos, ainda não explorado da forma que eu gostaria de explorar na primeira parte desse texto. 
Digo e repito para meus pacientes e alunos que há uma vasta gama de motivos para que os cabelos caiam. Em alguns casos, quando a queda capilar é crônica, os motivos para o cabelo cair provavelmente estão em curso (uso de um medicamento, depressão, doenças de longo curso). Quando a queda é aguda, pode ser que os motivos para a queda capilar já tenham desaparecido (febre, cirurgia, parto). Há casos em que a queda capilar pode ser crônica e manifestar um período de agudização, ou seja, há uma queda acima da média que fica muito acima acima da média por um ou outro motivo, exemplo: paciente com depressão de curso longo que desenvolve uma infecção urinária que após tratada desaparece. 
Há casos em que dois motivos de queda capilar crônicas coexistem num mesmo paciente como é o caso de um quadro de calvície genética em um paciente com hipotireoidismo que não foi ainda diagnosticado, logo não está sendo tratado. Uma queda coexistindo com a outra acaba por agravar o quadro geral do paciente e, consequentemente, a percepção de perda capilar mais severa evidencia. 
Há situações de pacientes que passam por uma sequência de eventos causadores de queda aguda com intervalos muito pequenos de tempo entre eles, como: infecção urinária, seguida de anemia, seguida de período de insônia, seguida de um evento de luto. 
Existem situações crônicas que são subestimadas nos cuidados com a queda capilar como baixo estoque de ferro no sangue (ferritina baixa), baixa concentração sérica de vitamina D, deficiência de zinco, dietas pobres em proteínas, determinados tipos de contraceptivos ou implantes hormonais que podem interferir no trabalho dos folículos pilosos e, consequentemente, promover queda de cabelos. 
A verdade é que existem tantos motivos para o surgimento de quedas capilares e eles podem estar presentes nos pacientes de maneira isolada ou conjuntamente que me atrevo a afirmar que olhar para uma queda capilar e não estar atento à tudo que diz respeito à natureza humana (como já comentei na primeira parte desse texto), seria uma grande omissão.
Também afirmo que para cada paciente os motivos de queda capilar tem pesos diferentes. Se para alguns um hipotireoidismo pode refletir pouco na queda dos cabelos, para outros ele pode ser um fator de grande relevância. Se temos pacientes anêmicos que não manifestam quedas capilares poderemos ter também pacientes com anemia e queda capilar severa em virtude dela. 
Vamos complicar mais um pouco? Só para fugir do reducionismo? O paciente chega na clínica com uma queda capilar diagnosticada como alopecia androgenética (calvície genética), mas sofre de hipotireoidismo, teve uma internação por pneumonia há uns 4 meses, está com deficiência de vitamina D e deprimido. Quais de vocês acredita que ele vai melhorar de seu quadro de queda capilar simplesmente utilizando um medicamento específico para calvície genética? Poderá até melhorar, mas não irá evoluir tão bem quanto poderia caso estivesse tratando também os demais problemas que causam queda de cabelos. 
A questão é que quedas capilares não são simples de se tratar, exigem um estudo minucioso do paciente e um vínculo entre o paciente e o médico muito importante. E olha que ainda não falei da natureza humana como gostaria, mas isso vou deixar para a parte 3 desse texto que em breve postarei por aqui. 
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