Adoro novidades. Tenho a sorte de acompanhar, há pelo menos uns 30 anos, o desenvolvimento do mercado de tratamento capilar. Algo que acontece em conjunto com um boom nas pesquisas associadas aos cabelos e com o grande desenvolvimento de conhecimentos técnicos sobre o design de novos produtos, em especial os cosméticos. Houve também um grande desenvolvimento na área de procedimentos, e isso foi excelente.
Apesar de gostar de novidades, tenho verdadeira aversão quando elas chegam ao mercado como tábuas de salvação para todos nossos problemas. Produtos milagrosos, procedimentos milagrosos, equipamentos milagrosos. Sem nenhum crivo quanto a onde investir e sobre a real necessidade e real entrega de resultados por essas novidades, assisti a dezenas de corridas do ouro promovidas por seus lançamentos. Assisti, ao longo dos anos, a obsolescência quase que imediata destes “lançamentos”, uma vez que ao chegarem nas clínicas, eram rapidamente percebidos como elefantes brancos.
Em compensação percebi o quanto os cuidados consagrados nunca perderam espaço nos tratamentos. Muitas vezes se apresentaram no mercado repaginados, melhorados, atualizados. Em alguns casos sem sofrer nenhuma modificação em relação ao dia de seus lançamentos. Porém, sempre se mostrando eficientes.
As maiores presas destas novidades são as novas gerações de profissionais. São poucos os que conseguem entender isso. Que conseguem eleger entre onde investir ou não. Os que não caem na cilada são aqueles que estudam mais, que entendem que a ciência está acima do marketing e que preferem investir mais tempo entendendo como essas novidades podem ajuda-los em vez de serem os primeiros a expô-las em redes sociais. Estes já entenderam que ter uma novidade em seu espaço não necessariamente significa uma entrega melhor de resultados para seus atendidos.
Há sim novidades excelentes. Que chegam embasadas. Que agregam valor. Mas elas são uma minoria. E quando olho para o lado vejo que quem investiu certo são aqueles profissionais que todo o mercado admira pela carreira e reputação que construíram. Estes não se deixaram enganar. E confiam tanto em seus trabalhos e na sua capacidade de escolha que não perderam tempo postando foto de barcas furadas no Instagram.
A roda já foi inventada. Ninguém inventa a roda mais que uma vez. E na roda do desenvolvimento e evolução dos tratamentos capilares você pode ser enganado ou não. Seja você paciente, seja profissional. Em que grupo você quer estar?