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ÓLEOS ESSENCIAIS DE COMINHO PRETO E LAVANDA AUMENTAM A DENSIDADE E A ESPESSURA CAPILAR EM PACIENTES COM EFLÚVIO TELÓGENO – Mais um vez os óleos essenciais mostrando a que vieram!

Flor da planta Nigella sativa e seus grãos pretos que justificam
seu nome popular “cominho preto” ou “negro”
Mais uma boa surpresa ao procurar
por novidades em tratamento da queda capilar nos periódicos Capes. Encontrei o
artigo que vou dividir com você hoje, de um grupo de pesquisadores italianos
que. Em um estudo piloto com 20 participantes (mulheres entre 22 e 50 anos;
média de 36 anos) acometidas por eflúvio telógeno os pesquisadores avaliaram os
efeitos do uso diário, por 90 dias, de uma formulação contendo óleo essencial
de cominho preto (nome científico Nigella
sativa,
em inglês black cumin). Mais uma vez os óleos essenciais! O eflúvio
telógeno é uma condição caracterizada por queda  de cabelos em fase telógena acima dos valores
normais para cada indivíduo, é multicausal e frequentemente possui um
componente inflamatório associado. Na avaliação clínica, o teste do puxão é
positivo, com perda de mais de 6 fios telógenos (atenção a resultados
falso-negativos devido a manuseio dos cabelos, como lavar e escovar, nas 24 h
que antecedem a avaliação) e o tricograma mostra mais de 20% de fios em fase
telógena. Este estudo foi duplo-cego (pesquisador e pesquisados não sabiam se
estavam usando placebo ou o tratamento de fato), controlado por placebo e
randomizado. Dez dos 20 pacientes foram tratados com uma loção capilar (2 ml
por dia) contendo 0,5% de óleo essencial de cominho preto, 3% de glicerina,
0,4% de óleo essencial de lavanda e 60% de etanol, enquanto os outros dez
pacientes foram tratados com o placebo pelo mesmo período (90 dias). Os
resultados foram avaliados por três dermatologistas individualmente e com o auxílio
de fototricograma (TrichoScan Dermoscope Fotofinder®) antes do tratamento (T0),
após 3 meses de tratamento (T3) e aos 6 meses de seguimento (T6). Os resultados
mostraram melhoria significativa em 70% dos pacientes tratados com óleo
essencial de cominho preto, glicerina e óleo essencial de lavanda.

Na linha superior, à esquerda, couro cabeludo de paciente do
grupo tratado com óleos essenciais de cominho preto e lavanda
antes do início do tratamento e após 6 meses (à direita), sendo 3
destes de tratamento diário. O sinal peripilar (coloração
 acastanhada),característico da inflamação, praticamente
desaparece. Na linha inferior, paciente do grupo controle,
mantém no couro cabeludo o sinal peripilar (veja setas).
Paciente do grupo tratado (a) com óleos essenciais de
cominho preto e lavanda antes (esquerda) e depois
(direita, 6 meses), sendo que o tratamento consistiu
de 3 meses com aplicação diária. Na linha inferior,
paciente do grupo controle, demonstrando piora no
quadro capilar após 6 meses de placebo.

Nesses
pacientes, o fototricograma mostrou aumento significativo da densidade e da
espessura capilar. Outro achado importantíssimo foi a redução da inflamação em
todos os pacientes do grupo tratado com os óleos essenciais. Os sinais
considerados indicativos de inflamação foram coceira intensa, vermelhidão do
couro cabeludo e sinal peripilar (coloração castanha ou castanha-acinzentada
correspondente a infiltrado linfocítico superficial), muito comum em couro cabeludo
de pacientes com eflúvio telógeno e alopecia androgenética. Cerca de 30% dos
pacientes do grupo tratado não responderam satisfatoriamente ao tratamento e,
segundo os autores, pode ser devido ao menor impacto inflamatório nestes casos,
bem como outras possíveis causas não determinadas e que mantinham o quadro de
eflúvio ativo. O cominho preto é uma planta dicotiledónea pertencente à família
Ranunculacae cujo principal
constituinte é a timoquinona, substância com grande capacidade antioxidante e
anti-inflamatória (inibe mediadores pró-inflamatórios, tais como a
ciclo-oxigenase e prostaglandina D2). Apesar dos autores terem dado foco aos
potenciais efeitos do óleo essencial de cominho preto, o óleo essencial de
lavanda também presente na formulação apresenta propriedades antimicrobianas e
anti-inflamatórias que podem ter contribuído com o resultado final. Mais uma
vez o papel da inflamação é discutido como parte da fisiopatologia de doenças
do couro cabeludo e folículo piloso, reiterando que a atenção dos profissionais
deve estar voltada para esse quesito. 
Referência: Rossi et al., 2013.
JCDSA, v.3, 9-16.

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