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OS GRANDES RISCOS ASSOCIADOS À TECNICA DE MICROAGULHAMENTO MAL EXECUTADA

Imagem 1: Quanto maior o tamanho da agulha, mais invasivo
é o procedimento, maior é o risco e o sangramento.

O microagulhamento é um recurso terapêutico maravilhoso. Tenho, assim como outros profissionais, resultados bastante satisfatórios com esta técnica quando a uso em várias disfunções estéticas, como por exemplo estrias, flacidez cutânea, cicatrizes atróficas e alopecia androgenética. Já escrevi sobre o tema aqui no blog (leia o texto clicando aqui), assim como o doutor Ademir (clique aqui). No entanto, há de se tomar um grande cuidado com algumas questões de segurança, seja você paciente/cliente ou profissional, enumero-as abaixo.

1. Qual é o utensílio utilizado, roller ou caneta elétrica? Há registro na ANVISA? 
Se você quiser saber se o item tem registro, acesse o link http://www7.anvisa.gov.br/datavisa/Consulta_Produto_correlato/consulta_correlato.asp e procure pelo nome do produto, número do registro (se houver está na embalagem secundária, a caixa na qual o aparato vem) ou pelo CNPJ da empresa fabricante ou distribuidora. Selecione o item em questão e veja está escrito “publicado deferimento”; se sim, significa que o item está registrado junto à ANVISA e liberado para uso. Se não aparecer alí, mal sinal, o item não tem registro e não deve ser utilizado. Pode ser que o item esteja nesta lista acompanhado do termo “cancelado”. Se for assim, também não o adquira e/ou utilize.
Propaganda retirada da internet,
divulgando como vantajoso
o fato de cada paciente ter seu próprio
roller.
2. Quantas vezes ele é utilizado? Veja a propaganda que achei na internet. Na tal clínica, que escondo aqui o logo, “cada paciente tem o seu aparelho”. Até aqui, perfeito. Mas isso nos dá a entender que esse aparelho é reutilizado, não é mesmo? E isso NÃO PODE. Você, cliente/paciente, pode não saber e não tem obrigação de, mas é importante ficar atento a muitas coisas quando opta por este tratamento. O roller deve ser usado apenas uma vez em você e deve ser DESCARTADO na sua frente em resíduo específico para perfurocortantes contaminados. Essa história de levar o roller para casa e trazer na próxima sessão lhe oferece um altíssimo risco de contaminação e infecção.
3. Quem é o profissional que executará a técnica, ele tem formação para tal? Cada tamanho de agulha do equipamento oferece um grau de risco. Quanto maior o tamanho, maiores os riscos oferecidos. Nem todos os profissionais podem usar todos os tamanhos de agulha. Há um limite aqui, que é definido pela formação de cada um. A técnica de microagulhamento é minimamente invasiva e provoca perfurações na pele, podendo atingir a epiderme e a derme, com
consequente sangramento (a intensidade depende do tamanho da agulha utilizada; quanto maior, mais sangra e maior o risco, veja na imagem 1. Esta relação – quanto maior o tamanho da agulha – não necessariamente se aplica à questão da eficácia).
4. A sala foi adequadamente preparada para a sessão de microagulhamento? há uma série de cuidados que devem ser tomados para deixar o ambiente apto para a execução da técnica de microagulhamento, evitando ao máximo o risco de contaminação.
5. O que é aplicado após a sessão, seja água ou uma solução de ativos cosméticos ou farmacêuticos, é estéril? Lembrando que cosméticos não são estéreis, apenas livres de microrganismos patogênicos (capazes de causar doenças) e com contagem limitada de outros microrganismos, por isso o que for aplicado sobre a pele na sequência do microagulhamento deve ter a procedência garantida. Como todo procedimento minimamente invasivo, há risco potencial de infecção bacteriana, disseminação de infecções virais cutâneas (herpes, por exemplo), hipercromias (manchas na pele), alergias, entre outros. Além disso, há substâncias que NÃO PODEM ser aplicadas após o microagulhamento.
Microagulhamento sendo executado com o profissional sem
luvas estéreis para proteção tanto dele próprio quanto do
paciente/cliente.
6. O profissional está devidamente paramentada, com avental limpo e de mangas longas, usando luvas estéreis e descartáveis, com cabelos presos, touca e máscara?
Esses cuidados e muitos outros devem ser tomados ao realizar uma sessão de microagulhamento, independente do seu objetivo e região anatômica (face, corpo, couro cabeludo).
Se você é profissional e tem interesse em conhecer a técnica, no próximo dia 12 de maio, uma quinta-feira, teremos curso online, ao vivo, promovido pelo CAECI (Centro de Aperfeiçoamento Educacional e Científico). Maiores informações com Indianara pelo e-mail caeci3@caeci.com.br.
Se você entender que este é um recurso que pode lhe ajudar nos seus atendimentos, teremos uma versão teórica e prática no dia 08 de agosto, em São Paulo. Maiores informações serão divulgadas em breve.

Até a próxima!

Professora Tatiele Katzer
Farmacêutica (CRF-RS 14858)
Doutoranda em Nanotecnologia Farmacêutica (UFSM)
Mestre em Ciências Farmacêuticas (UFRGS)
Docente do Curso de Estética e Cosmética da UNISC (RS)
Docente de pós-graduações nas áreas de Pele, Cosmetologia e Tricologia
Colaboradora do Blog Tricologia Médica

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