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Pacientes e conflitos – Como isso impacta o tratamento das quedas capilares – PARTE 2

Um conflito frequente que encontro em pacientes que frequentam minha clínica é aquele que envolve a negação do diagnóstico. 
É fato, ter queda de cabelo é chato, extremamente desagradável, dá medo e mexo com a estrutura interna de qualquer pessoa. Raros são os que sabem lidar com isso de forma tranquila e adequada. 
Alopecia Androgenética Masculina – Classificação
O cenário fica mais complexo quando temos que lidar com a queda capilar cujo diagnóstico é a alopecia androgenética. A calvície genética. Se o quadro ocorrer em mulheres pior ainda.
Tudo porque temos uma imagem de que calvície genética ou alopecia androgenética é aquele que toma todo o topo da cabeça. Deixa o couro lisinho e sem cabelos. E, na verdade, o que sabemos sobre esse tipo de quadro é que ele pode interferir de maneira diferente em cada pessoa. Alguns evoluem com cenário mais negativo. Outros tem uma queda mais limitada. 
As classificações existentes de calvície genética masculina e feminina falam por sí só. Observem nas figuras ao lado que as mulheres geralmente são afetadas de forma diferente daquela que os homens costumam ser afetados.
Alopecia Feminina – Classificação
Mas o que faz com que as mulheres temam mais a queda capilar genética do que os homens? Naturalmente que é o vínculo que a mulher desenvolve com os cabelos ao longo de toda sua vida. Assim como imagem simbólica que os cabelos tem para as mulheres. Feminilidade, força, poder, dignidade, vida, honra, são sempre palavras que elas vinculam aos seus fios. E temem perder esses aspectos caso fiquem com pouco cabelo. Além do medo de desenvolverem perdas de cabelo baseadas na imagem que tem dos homens que sofrem com o problema. 
Homens negam suas calvícies na medida que tentam desvalorizar o fato de que seus parentes apresentam apenas entradas, mas a partir do grau da classificação que consta nesse post é passível vermos que entradas são estágios iniciais de calvície. 
Negar um diagnóstico de calvície genética que esteja confirmado é algo que dificulta muito a vida do paciente e do médico. Do paciente, porque negando o diagnóstico normalmente a fidelização ao tratamento diminui já que o paciente fica resistente a continuar tratando algo que ele nega ter e, muitas vezes, se nega a voltar em um médico que deu a ele(a), uma notícia que não gostaria de ouvir. A negação do diagnóstico acaba fazendo com que muitos pacientes passem por diversos especialistas buscando, de alguma maneira, escutar alguém que diga algo que seja diferente do diagnóstico de alopecia androgenética que elas já tiveram não apenas uma vez, mas diversas vezes. 
Para o médico, cuidar de um paciente que desenvolve esse conflito de negação do diagnóstico torna o acompanhamento mais difícil. Muitos pacientes não voltam para continuar o mesmo e realizar avaliações de evolução e redirecionamento dos cuidados com os cabelos. São pacientes que costumam não ser fieis aos seus médicos, em especial porque disseram a eles o que não gostariam de ouvir, um diagnóstico que soa muito mais como uma condenação (ficar careca) do que como algo que pode ser tratado de forma efetiva. 
Outros, por sua vez, costumam continuar buscando novidades para “agregar” aos cuidados receitados pelo médico, contaminando o tratamento com produtos que podem interferir na avaliação de resultados pelo profissional. 
Negar um diagnóstico é algo que interfere muito na dinâmica de um tratamento. Todo e qualquer paciente tem o direito a uma segunda, quem sabe até a uma terceira opinião. Mas raramente dois ou três médicos que deem o mesmo diagnóstico a um paciente estarão equivocados. Por isso, o paciente que vive o conflito de negar o diagnóstico e consequentemente negar seu tratamento, deve refletir. Se perguntar porque essa negação surgiu. Quais são suas angústias, seus medos frente ao problema e ao tratamento em si. 
Entendo que conversar com seu médico sobre essas aflições e angústias ajudam. Assim como entender que o tratamento e o médico que está cuidando do seu caso são seus aliados, e não seus inimigos diante da queda capilar. 
O paciente que após reflexão, tendo passado por um médico/profissional de sua confiança, entende a relevância do tratamento que vai realizar, certamente irá encontrar bons resultados que o afastarão dos fantasmas do problema (no caso desse post a queda capilar), e poderá seguir em frente tendo como parceiro o tratamento e o médico/profissional, que elegeu para cuidar de seus cabelos. 

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