Ontem pela noite, em conjunto com os professores da Academia Brasileira de Tricologia (ABT), iniciamos algumas ações importantes para atualizar o mercado capilar com informações mais atuais e comprovadas.
Após ter lido uma postagem numa das redes sociais, conversei com o grupo de docentes da ABT sobre a necessidade de educarmos para corrigir muitas das bobagens que ainda são ditas sobre cabelos e quedas capilares. Informações antigas, ultrapassadas e que ainda existem, e resistem, por diversos motivos, entre eles a forma como o profissional se educa para atuar no mercado.
Há muita informação no mercado que já caiu por terra, que foi melhor compreendida por pesquisas em grandes universidades, em laboratórios conceituados e realizadas pelos melhores pesquisadores do mundo.
A primeira postagem que fizemos foi com o propósito de combater a ideia de que o folículo piloso entope e por isso o cabelo não nasce mais. O folículo piloso pode até ser destruído por mecanismos inflamatórios e, a partir daí, o cabelo não irá nascer mais naquele local onde havia o folículo. Por outro lado, dizer que produto químico e gordura “entopem” um folículo piloso é algo que não justifica mais ser dito pois já se sabe, biologicamente, que isso não é uma verdade científica. Quando muito é possível dizer que produtos químicos e gordura podem provocar quadros inflamatórios no couro cabeludo que interferem na saúde do folículo e isso pode atrapalhar a fisiologia do sistema capilar.
Na ABT, eu e o professor Celso Martins Junior (vice-presidente da ABT), desde que começamos com esse projeto educacional que é a academia, sempre conversamos sobre como a ciência é dinâmica e as verdades vão caindo, de forma que a verdade científica de hoje é superada por uma nova verdade e a ciência, assim, evolui. Isso é incrível, absolutamente intrigante e, sobretudo estimulante.
Porém, o que me chamou mais atenção foi perceber quanta gente ficou indignada em saber que há anos está repetindo informações que já não tem mais validade. Uma indignação que me soou muito mais um comportamento de profissionais que preferem ficar presos às antigas verdades para não precisar colocar energia no seu estudo e aprimoramento do que a indignação da surpresa por algo novo que fomenta a volta para os livros e para as salas de aula para uma atualização de conhecimentos.
A não aceitação de que a ciência é dinâmica e evolui, para melhor, e a dogmatização de um conceito científico crendo que ele é absoluto e imutável é típica daqueles que gostam da zona de conforto, que se acomodaram com aquilo que sabem. E que acreditam que está tudo bem ficar do jeito que estão.
Para esses, vale lembrar que, todas as áreas que envolvem ciências, humanas e tecnologias evoluem a cada instante. Se quiserem ficar no mercado, terão de estudar, fazer cursos, se atualizar. E, se for para estudar, que escolham bem quem os conduzirá nessa jornada. Precisam procurar saber onde e com quem vão aprender. Uma das hipóteses que eu levanto é a de que, se ainda há profissionais que acreditam em conceitos ultrapassados é porque ainda há educadores ou instituições que também não se comprometeram a sair da zona de conforto para entregar conhecimento atualizados para seus alunos.