Estou estudando para um novo curso que vamos lançar este ano no CAECI com apoio da Academia Brasileira de Tricologia. Um curso específico para problemas frequentes em pessoas de cabelos afro, tanto do ponto de vista da queda capilar, quanto do couro cabeludo e danos mais comuns relacionados à fibra. Estou bem animado com este projeto porque entendo que o que temos atualmente, do ponto de vista educacional, em nosso país, está focado em formações educacionais propostas por marcas de cosméticos, mas sem a base científica que favorece a boa educação profissional e, até mesmo, o bom uso destes cosméticos.
O CAECI, assim como a Academia Brasileira de Tricologia (ABT), instituição da qual sou presidente, tem fomentado inúmeras formações que melhoram a capacitação técnica de profissionais para cuidar de maneira adequada dos cabelos com conteúdo bem elaborado e científico. Porém, fazendo um estudo mercadológico, percebemos uma necessidade de abordagem mais aprofundada sobre cabelos afro, suas diferenças com cabelos de caucasianos e orientais, assim como uma melhor apresentação do porquê padrão de cabelos exige cuidados tão específicos.
Algumas publicações científicas, algumas delas brasileiras, já abordam este tema de maneira ampla. O que facilita quem pesquisa sobre o tema a entender que há problemas que, se não são exclusivos dos cabelos afro, são mais frequentes neles. A forma como tratar tais problemas neste grupo étnico, pelas características anatômicas desse tipo de fibra e assim como pelas peculiaridades fisiológicas de seu couro cabeludo, exige cuidados próprios e diferenciados. Não só por conta de sucesso terapêutico quando das doenças, como também para melhores resultados estéticos.
Há publicações que nos chamam atenção para como os cabelos afro podem interagir com determinados tipos de químicas, podendo se adequar a elas. Um padrão de sensibilidade que pode favorecer mais ou menos o risco aos danos.
Penteados também podem ser fatores de risco para este tipo de cabelo. Tranças, trações exageradas, controle térmico do cabelo (por uso exagerado de secador ou chapa), podem com frequência causar danos capilares irreversíveis em afrodescendentes.
Para os dois casos acima, problemas relacionados à interação de produtos químicos e de agentes térmicos com cabelos afro, os cuidados são específicos e exigem sobretudo uma boa preparação profissional.
Por fim, há dois anos estive em um evento organizado no SENAC em são paulo sobre pele e cabelo afro. Em tal evento ministrei uma palestra sobre problemas comuns aos cabelos afro em crianças. Com o irresponsável crescimento do uso de químicas capilares em crianças e adolescentes, é natural que problemas relacionados a estes procedimentos ficam mais frequentes neste grupo etário. Alopecias, comuns em qualquer grupo étnico também aparecem em crianças afrodescendentes. Nestes casos, como o profissional deve abordar?
Fundamentado em toda esta explanação fica claro que um curso que seja específico para falar de cabelos afro é essencial. O profissional bem preparado certamente evitará erros em suas avaliações e terá mais sucesso nos cuidados que orientará para este grupo de pacientes.
Em nome do CAECI, que organiza, e da ABT, que apoia este curso, convido aos profissionais que atuam com tricologia e terapia capilar para o Curso de Tricologia em Cabelo Afro do CAECI.
Inscrições: 11-99692-6062 ou 47-99777-7151.