Estou lendo o livro Quando a alma fala através do corpo de Hans Morschitzky e Sigrid Sator. Um livro sobre psicossomática da coleção Reuniões Junguianas publicada pela Editora Vozes.
O objetivo de ler este livro, entre tantos outros que tenho lido em paralelo, é o de estruturar conhecimento para três situações importantes: O Curso de Psicossomática em Tricologia online organizado pelo CAECI que irei ministrar no próximo dia 11 de Novembro (inscrições em: http://www.caeci.com.br/course/cosmetologia-em-tricologia-e-terapia-capilar-2/), uma aula que darei numa pós-graduação de Terapias Integrativas na Universidade de Santa Cruz do Sul – RS (UNISC) e para compor bases de conhecimentos para a concretização do meu trabalho de mestrado na PUC-SP.
O livro tem uma proposta muito interessante na maior parte de seus capítulos, a de contar casos de pacientes com patologias diversas que tem como base o fenômeno psique-corpo. Muito parecido com a aula que vou inistrar no curso de Psicossomática em Tricologia, toda pautada em histórias de casos em que este fenômeno se manifesta de forma intensa.
Fica evidente a cada nova leitura e discussão com especialistas que o fenômeno psique-corpo que configura as bases da psicossomática está alicerçado em todo quadro patológico. Independente do quadro ter surgido no corpo ou seja derivado de questões que envolvem o emocional ou os estresses da vida.
Independente disso, percebo a cada novo paciente o desafio de identificar as atribuições que eles dão aos cabelos e, partindo daí, tentar entender muito mais do que as bases fisiopatológicas da queda capilar, mas aquilo que me permite enxergar o indivíduo em sua totalidade. Infelizmente, como os autores do livro acima citado dizem os pacientes devem deixar de explicar e compreender seus sintomas de forma puramente organicista, e sim, de um modo psicofisiológico. O que quero dizer com isso é que todo sintoma ou doença afeta a nossa percepção do mundo e a forma como nos relacionamos com ele, consequentemente causa impactos psicoemocionais. E todo evento psicoemocional interfere na bioquímica corporal, provocando sintomas e alterações do comportamento de células, tecidos, órgãos e sistemas.
Com o sistema capilar não é diferente. E é natural que, com a vida que temos hoje, nossos cabelos sejam o “espelho de nossa alma”, principalmente quando surgem as quedas de cabelo. Sem deixar de refletir no caminho inverso, quanto de nosso eu sofre quando vivenciamos uma queda capilar. Uma via de mão dupla, certamente.
Para finalizar, quando a alma precisa falar através de nosso corpo ou, mais especificamente, de nossos cabelos, isso significa que estamos vivenciando algum tipo de desconforto ou sofrimento. Esta situação deve ser alvo das atenções do profissional de tricologia e terapia capilar. Cuidar apenas do cabelo sem olhar o ser humano que trás o cabelo à consulta ou ao atendimento é algo impensável. Não haveria queda de cabelo se não houvesse um desconforto humano por de trás, e toda queda capilar só é motivo de preocupação porque fortalece este desconforto. .