Queda de cabelos após a gestação – o que fazer?
12 de julho de 2012
Recebo muitas mulheres em minha clínica que passam pelo problema de queda capilar após o final da gestação. Mais precisamente após uns dois a três meses do nascimento de seus bebês.
A perda capilar pós-gestacional não é um problema que acomete todas as mulheres, mas uma grande porcentagem delas acaba evoluindo com esse quadro. Em especial, tenho maior preocupação com aquelas que já sofriam de algum tipo de queda capilar prévia ao início da gestação, porque o problema poderá ser agravado com a queda pós-gravídica se nenhuma medida preventiva for tomada.
Apesar disso, sempre que estou diante de pacientes que desejam engravidar e que manifestam receio da queda de cabelos ao final da gestação, incentivo a gravidez.
Entendo que a gestação é um momento mágico para a mulher. Não apenas por conta da chegada do bebê após as 36 a 40 semanas, mas por conta de um conjunto de modificações que o corpo da mulher passa para poder dar vida a uma nova vida.
E o que ocorre com os cabelos nessa época? Melhoram muito. Melhoram porque os hormônios da gestação somados a uma série de fatores favoráveis ao metabolismo feminino trazem como benefícios a saúde capilar. Logo, a mulher que teme a queda de cabelos no final da gestação deve ter ciência de que a gestação em si faz muito bem para os cabelos.
Mas vem o final da gestação. O corpo da mulher tem que se readaptar ao metabolismo não gestacional, os hormônios da gravidez deixam de interferir positivamente nos cabelos, é momento de amamentar, a dinâmica de vida da mãe muda, o sono muda, e surgem uma série de preocupações com o recém-nascido.
O resultado disso é que muitas mães evoluem com perda de cabelos após dois a três meses do final da gestação. Uma tragédia? Não. Não é uma tragédia. É um fato que precisa ser previsto pelo médico e, se possível, prevenido.
Mas como prevenir uma queda pós-gestacional? O que fazer para evitar que a mãe perca cabelos ao final da gestação?
Não é simples, nem 100% garantido, mas há todo um preparo para que a mãe tenha um impacto mínimo em seus cabelos após a gestação. De minha parte eu peço alguns exames antes de tomar qualquer medida. Após a leitura dos resultados e a melhor compreensão do estado de saúde da mãe, proponho uma série de suplementos nutricionais que colaboram com saúde dos cabelos e de suas raízes.
Esses suplementos podem ser tópicos (de aplicação no couro cabeludo) ou sistêmicos (tomados por via oral). Alguns medicamentos podem ser utilizados nessa fase caso a mãe esteja amamentando.
Outros devem ser evitados. Cabe ao médico a decisão pela escolha do que é melhor ser prescrito.
Procedimentos médicos ou estéticos podem ser avaliados e introduzidos. Laser de baixa potência, carboxiterapia, intradermoterapia, terapia com microagulhas e fototerapia com LEDs ajudam e são muito interessantes para a prevenção e tratamento das quedas pós-gestacionais.
Por fim, por se tratar de um eflúvio telógeno, um tipo de queda capilar autolimitada, o normal é que toda paciente que sofre de queda pós-gravídica tenha melhora espontânea do problema. Ainda assim, muitas delas sofrem demais com a perda de cabelos nessa época,t e precisam de uma interferência médica para passar pelo problema com menor ansiedade.
Por fim, e como já disse acima, minha maior preocupação é com aquelas mulheres que já sofriam de queda capilar antes da gestação. Para essas, as medidas médicas são muito bem vindas e devem ser indicadas. Por que não acreditar que ao final da gestação, e com todo cuidado médico, a mulher que já sofria com queda de cabelos antes da gravidez possa vir a ficar com um saldo positivo de cabelos? Cabe ao médico e à paciente definirem as melhores medidas para prevenir o problema e interceder na hora certa.
Fica ainda a lembrança de que a gravidez é sempre um presente, e que a queda de cabelos pós-gravídica não deve ser encarada como algo amedrontador, uma vez que pode ser prevenida e tratada já na primeira semana após o parto.