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Rever condutas não é fraqueza, é respeito à saúde capilar e a quem confia em nós

Algumas das melhores decisões que tomei na minha trajetória surgiram quando tive a coragem de mudar de ideia.
Com o tempo, percebi que repensar condutas, rever conceitos e atualizar pontos de vista não fragiliza uma carreira — ao contrário, fortalece. A saúde capilar me ensinou isso com generosidade e profundidade.

Com sua complexidade biológica, emocional e simbólica, ela exige de nós não só estudo, mas presença. E presença é também escuta. Escuta do paciente, dos dados, da pele, do fio, daquilo que não está escrito, mas se mostra.

Por muito tempo, subestimei o papel do shampoo no tratamento da queda capilar. Parecia-me superficial, limitado, quase cosmético demais para ser levado a sério num plano terapêutico. Hoje, depois de revisar a literatura sobre permeação transfolicular, acompanhar exames de ultrassom de alta frequência e observar a evolução clínica de dezenas de pacientes, afirmo: o shampoo certo, usado da maneira certa, faz diferença sim.

Também já vi com naturalidade o uso de finasterida, confiando nos dados de segurança que a literatura traz. Mas a escuta clínica afinada me mostrou que o número de pacientes que sofrem com efeitos adversos é maior do que os estudos sugerem. E que o sofrimento, quando existe, não pode ser minimizado ou tratado como exceção estatística.

Quanto aos filtros solares, já os defendi como indispensáveis. Hoje, reconheço que essa verdade é relativa. Vejo pacientes com melasma, dermatites e doenças inflamatórias cutâneas melhorarem com exposição solar.
O sol, tão temido, pode ser também um grande aliado — para a saúde da pele, do couro cabeludo e do corpo como um todo.

Nenhuma dessas mudanças foi brusca. Elas vieram da convivência diária com a pele viva, com o cabelo que responde, com o paciente que sente. Vieram da humildade de reconhecer que a ciência não é um dogma congelado, mas um organismo em transformação — que cresce à medida que nós crescemos.

Carl Gustav Jung, referência constante na minha formação, mudou de ideia muitas vezes. Assim como tantos outros nomes que admiro — da ciência, da arte, da literatura, da filosofia, da espiritualidade, da cultura. Só quem permite a si mesmo reavaliar conceitos é capaz de evoluir de verdade.

Revisar conceitos não é um sinal de contradição.
É sinal de compromisso com algo maior que o próprio ego: a verdade que se manifesta quando nos dispomos a escutar sem rigidez.
Na medicina, isso faz toda a diferença.
E na tricologia, onde o fio revela tanto sobre quem somos, faz mais ainda.

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