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SE EU PUDESSE FARIA UMA FAXINA NO MERCADO DE PRODUTOS PARA QUEDA CAPILAR

Há algo de muito errado na sociedade brasileira. Uma crença de que todos somos idiotas e vivemos em um país onde ludibriar quem ainda tem esperança não só é algo aceitável como parece ser extramamente rentável. Fico imaginando gente de caráter duvidoso rindo da cara de pessoas que estão se sentindo mal e desconfortáveis por serem tantas vezes enganadas. Para aqueles que acreditam que eu estou falando de nossa política, erraram. Estou falando pela enésima vez de empresas que usam o marketing agressivo, apelativo e enganoso para convencer pessoas que sofrem com a perda de cabelos estimulando o uso de produtos ou tratamentos “milagrosos” com a maior cara de pau e o menor compromisso ético possível. 
Depois de ter organizado junto com a Academia Brasileira de Tricologia o III Congresso Internacional de Tricologia e Ciência Cosme tica na semana passada, e de ter recebido no Brasil um dos maiores pesquisadores em biologia capilar do mundo, o Dr Bruno Bernard, pesquisador de uma das maiores empresas de cosméticos do mundo (e que por questões éticas não citou o nome de sua empresa em nenhum momento durante o congresso), ficou muito claro para mim que o “milagre” que muitos esperam é algo que ate poderá vir, mas que ainda falta muito para chegar. Sou um otimista e acredito que o futuro nos brindará com muita coisa boa na área de cabelos. Quem sabe até a cura para a calvície, Deus queira, um dia. 
Mas, que me desculpem os tristes usuários desses engôdos que infestam a mídia, as redes sociais e nossas caixas de e-mails, a verdade é que ha muitas empresas que ganham dinheiro espalhando sua sujeira na forma de produtos com marketing de baixíssimo compromisso ético, produtos que deveriam ser riscados do mercado pelos órgãos reguladores responsáveis por um motivo simples: propaganda enganosa, ou melhor, propaganda mais que enganosa. Uma pena que não haja esse controle severo frente a porquice que se vende por ai.
Pelo menos uma coisa boa a providência permite, que empresas sujas e produtos sujos não tenham uma sobrevida longa. Uma vez que o consumidor percebe a fria que entrou, ele logo abandona o produto. E a empresa, sem a fidelização e/ou com a rejeição do mercado, logo se vê perdendo o espaço que conquistaram abusando de apelos de envergonhar ate aquele personagem da literatura que via seu nariz crescer a cada mentira contada. 
Também me incomodam alguns órgãos de mídia. Em especial aqueles que querem sensacionalizar noticias de descobertas importantes referentes às causas ou tratamentos supostamente definitivos para a perda de cabelos. Qualquer tentativa de sensacionalismo referente a isso que se escreva nos dias de hoje é mera estrategia para vender jornal, revista, ter mais audiência televisiva ou para ter mais gente acessando portais de informação. Há muita coisa nova e boa, mas nada que seja tão “sensacional” assim. 
Volto a dizer, sou otimista. Um grande otimista diga-se de passagem. E tenho me misturado com gente que assim como eu pesquisa e busca respostas bem fundamentadas para perguntas difíceis. Pessoas que conhecemos com a alcunha de cientistas, e que dão com a cara na parede inúmeras vezes até conseguir dar passos de formiga no caminho da evolução da ciência. Nenhum deles, por mais que perceba uma boa evolução em seus estudos, afirma frente a seus pares (outros cientistas do mesmo gabarito), que tem a fórmula milagrosa. Nenhum deles se mete a dizer coisas que não pode cumprir. Nenhum deles corrompe a esperança, nem tão pouco afirmam ser os donos da verdade absoluta. Sei que todos aspiram uma descoberta que venha a mudar o mercado. Que possa fazer historia. Mas no mundo de hoje, onde tantos pesquisam e conquistam conhecimento científico, fazer história é trazer para o jogo mais uma peça de um quebra cabeças bem difícil de montar. E que fica mais difícil a cada peça encontrada pelos tais cientistas.
Saber usar essas peças é o caminho do sucesso de muitos profissionais que trabalham em clínicas e espaços de saúde voltados para a recuperação capilar. Mas reforço, não há milagre. Há apenas a aplicação da melhor ciência que conhecemos hoje. Ciência que poderá ser superada pelas descobertas do amanhã, mas que ainda não provou ser capaz de oferecer os tais milagres que são apresentados na mídia e nas redes sociais.
Não se iluda, Não se deixe enganar. Se eu pudesse, faria uma faxina no mercado de produtos para queda capilar. 
Para finalizar, sem ser corporativista, mas sendo imensamente realista, deixo a seguinte orientação: procurar a ajuda de um profissional que entenda de cabelos é sempre o melhor caminho para quem quer tratar da queda de cabelos. 
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