Recentemente fiz uma pesquisa em uma de minhas redes sociais sobre como seria o tratamento ideal para quem sofre com queda capilar. Recebi tantas ideias de tratamento que tive que trabalhar os dados para colocar em uma planilha e deixar as solicitações de quem respondeu à pergunta de forma mais clara.
Inicialmente, tive que dividir as respostas em dois padrões de dados diferentes. Um grupo de pessoas respondeu o que esperam de resultados, outros responderam sobre métodos que acham que são ideais para o tratamento.
Para começar, vamos falar sobre informações referentes a como as pessoas pensam que deve ser o resultado de um tratamento ideal:
1- 47% Gostariam que o tratamento fosse algo que curasse o problema definitivamente
2- 38% Gostariam, de manter os cabelos que têm atualmente
3- 15% Pensam que se o tratamento retardasse a queda, que isso já seria o suficiente
Agora vamos apresentar quais os métodos que os participantes apresentaram como mais adequados para um tratamento. Como teve gente que postou mais que uma proposta de tratamento “ideal”, não vou apresentar dados com percentual, apresentarei quais deles surgiram na pesquisa.
a- Xampus
b- Tônicos capilares
c- Mesoterapia
d- Plasma rico em plaquetas
e- Microagulhamento (ainda que a dor seja um limitante – Ressalva de pacientes que falaram sobre este método)
f- Laser
g- Transplante de cabelo
h- Células tronco
i- “Um tipo de comprimido que pudesse ser tomado em dose única e resolvesse o problema”
Sem me apegar a métodos estatísticos, mas fazendo uma análise pessoal das respostas, percebo que a maioria das pessoas quer algo que seja mais breve, o que, no momento atual de nossa história, é algo que não temos para todos os tipos de queda capilar. Em especial para as quedas chamadas de crônicas como a alopecia androgenética e as alopecias cicatriciais.
Ter que tomar uma medicação para cabelos por longo prazo soa como um fardo para a grande maioria das pessoas. Esse tipo de informação não é algo que eu concluo apenas pela pesquisa que deu origem a este post, mas na minha prática médica. É importante salientar que os pacientes não ligam tanto para o fato de terem de tomar medicamentos de uso continuado para doenças sistêmicas como as cardiovasculares, hormonais ou inflamatórias, mas para a queda capilar parece ser algo muito difícil. Tenho minhas próprias opiniões sobre este fenômeno, mas como não são poucas (as opiniões) e não cabem serem discutidas em um texto onde me proponho a falar apenas dos dados da pesquisa feita via Instagram, deixarei para apresenta-las em um outro momento.
A forma como esse tratamento se processará parece ter menos importância do que o tempo de uso, haja visto a diversidade de respostas. Lamento que ainda tenhamos pessoas que creem nos xampus como tratamento para a queda capilar. Têm pouca relevância nos casos crônicos e onde a inflamação não esteja presente. Os demais métodos mesclam modelos domiciliares com cuidados em clínicas e/ou hospitais. Esses dados mostram uma certa incongruência com aquilo que parece haver de praticidade ou de conforto que os pacientes esperam de uma metodologia de tratamento, uma vez que exigem que o paciente se dirija a uma clínica especializada para realizar alguns desses métodos.
Sigo refletindo sobre as respostas que recebi no sentido de entender melhor o que há por de trás delas. Quem sabe para, em breve, elaborar modelos de tratamento que possam atender de forma personalizada às expectativas de cada paciente ou para traduzir as possibilidades terapêuticas em um modelo em que as necessidades de uma maioria possam ser atendidas.