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Sobre o impacto da fé na saúde – Comentários que podem ser aplicados a pacientes que sofrem com a queda capilar

O animal humano é um ser singular, dotado de uma capacidade instintiva de se curar e o espírito intelectual para aproveitar essa capacidade inata – Peter A Levine (Terapeuta e educador)


Ontem estive em uma reunião com amigos de longa data. E, apesar do churrasco e das brincadeiras que pautaram toda a noite, o final do encontro acabou sendo de temática religiosa. Em especial a questão que envolve a fé.
Quando voltava para casa, comecei a refletir sobre a questão que envolve a fé e o meu trabalho e, consequentemente, não me lembrei de ter escrito algo nesse blog que apontasse o meu entendimento sobre o quanto a fé pode impactar nos resultados dos tratamentos de meus pacientes.

Vez por outra as revistas, programas de TV e mídias em geral apresentam questões que envolvem a fé e a saúde, a fé e a cura das doenças. Isso sempre me chamou a atenção, afinal, esse fenômeno não me parece uma exclusividade de uma religião ou de outra, mas mas sim algo que transcende as religiões e, de certa forma, que nos remete muito mais à nossa experiência religiosa, nossa ligação com o que acreditamos ser divino – uma força maior, do que a uma religião em si. 
Pensando em áreas da  ciência que atualmente dão um novo olhar à saúde em geral como a física quântica e a epigenética, acredito que a compreensão de uma ideia que correlacione a fé/religiosidade com a melhora da saúde integral do ser humano é algo que se torna cada vez mais plausível. 
Sem entrar no mérito simplista de que fé é algo que nos impõe a ideia do crer para ver, aprendi com meu pai, desde muito pequeno, que a fé não é apenas uma crença em algo que seja subjetivo, não palpável ou até mesmo uma fantasia ou ilusão (como as discussões sobre o tema acabam sempre trazendo à tona). Entendo que fé é um estado de envolvimento e entrega a um propósito claro e que envolve uma convicção inabalável. Esse envolvimento e entrega são ativos, e não passivos. Exigem daquele que crê que participe como peça fundamental de um processo de realização e concretização daquilo em que crê, pois há a certeza atemporal de que uma Força Maior torna nosso caminho em busca da concretização desse propósito mais seguro, independente dos obstáculos que nos sejam apresentados ao longo do dele.
No meu ponto de vista, quando aplicamos a ideia de fé para questões em envolvem a recuperação da saúde, devemos levar em consideração quatro pontos importantes:
1- Que deve haver uma vontade imensa no paciente de ver seu problema solucionado.
2- Que o paciente deve aceitar o problema de saúde que lhe foi diagnosticado, mas de maneira nenhuma entender que aceitar o problema significa não ter o intento de enfrenta-lo.
3- Que o enfrentamento é algo que vai exigir do paciente uma conduta firme. Essa conduta implica em comprometimento, disciplina nos cuidados orientados pela equipe médica, assim como a certeza plena de que o problema será solucionado.
4- Ainda que o paciente creia que a Energia Divina (Deus) é capaz de tudo e poderá ser um agente curativo independente da ação de uma equipe médica, se o paciente crê de fato (independente de sua religião), certamente também compreende que foi essa mesma Energia Divina que permitiu que a ciência médica evoluísse até os estágios atuais e desenvolvesse ferramentas (medicamentos e procedimentos), que colaboram com a melhora da saúde.
É o princípio que encontramos no livro de Josué, capítulo 1:9: Esforça-te e seja corajoso! Não se apavore nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar“. Fica aqui o meu negrito para o esforça-te, que pede aos fiéis que sejam ativos no processo, além do que, há, aqui a promessa de que Deus estará com o fiel por onde ele andar. Ou seja, o paciente fazendo sua parte com disciplina e rigor, seguindo o que foi prescrito pelo médico, e crendo na solução do problema com convicção, certamente encontrará o amparo da Força Maior que promete não abandonar aquele que crê. 
Na medida que vejo pacientes que seguem esses quatro pontos citados acima, percebo que a fé realmente pode ser uma grande colaboradora nos tratamentos de saúde. Posso afirmar que todo e qualquer paciente que, junto com o tratamento que prescrevo, se envolve com o divino, algo que mantenha ele conectado com essa Energia Maior (Deus), certamente poderá evoluir com resultados melhores ou mais breves na medida da progressão de seus tratamentos. 
Por fim, queria deixar aqui um artigo que foi veiculado na Folha de São Paulo e também no site do Conselho Federal de Medicina (CFM), e que, de certa forma, apresenta argumentos que fortalecem a importância da fé como um agente de melhora de prognósticos evolutivos e como facilitador de cura frente às doenças.

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