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TERAPIA COM LASER DE BAIXA INTENSIDADE REDUZ A INFLAMAÇÃO DO COURO CABELUDO

   Nosso desafio é sempre e a cada novo dia fazer melhor. Pessoas que,
assim como o Dr Ademir Jr e eu, se postam frente a um grupo de alunos ou a um
paciente, têm como dever e responsabilidade se manter atualizados. Os tratamentos
evoluem, os recursos se somam e as descobertas clareiam o que outrora era
obscuro. Embora grande parte do entendimento sobre a alopecia androgenética,
tipo de calvície mais comum, esteja estreitamente relacionado com o metabolismo
dos hormônios masculinos, novas evidências científicas sugerem que a alopecia
androgenética está associada com uma desregulação na expressão de mediadores
químicos inflamatórios, sendo a micro-inflamação crônica dos folículos pilosos
um fator agravante e contribuinte para a redução da quantidade e qualidade dos
cabelos
. Esta
possibilidade ganha ainda mais crédito uma vez que os tratamentos que objetivam
apenas o bloqueio da ação dos hormônios androgênicos não resultam em resultados
plenamente satisfatórios. Além de agravar o quadro de alopecia androgenética, a
inflamação pode ser responsável pela dor ou sensibilidade no couro cabeludo
(leia mais sobre isso clicando aqui).
Leia este texto
escrito pelo Dr Ademir Jr, no qual o combate à inflamação do couro cabeludo é
listado como um dos objetivos no tratamento dos pacientes com queda capilar.
Tricoscopia do couro cabeludo de indivíduo com alopecia
androgenética. Dentre inúmeros sinais clínicos da doença é
possível visualizar o eritema (vermelhidão) característico
da inflamação. Cortesia da imagem: Dr Ademir C L Jr.
   A terapia capilar com laser de baixa potência já foi tema de
texto meu aqui no blog (clique aqui para ler).
O laser terapêutico ou soft laser é
capaz de aliviar os sintomas de inflamação, pode modular a resposta imunológica
e o estresse oxidativo (excesso de radicais livres) em doenças inflamatórias crônicas.
O mecanismo anti-inflamatório da terapia com laser de baixa potência se baseia
na redução de mediadores químicos pró-inflamatórios (que favorecem a
inflamação), no aumento de mediadores químicos anti-inflamatórios e ainda na
restauração da permeabilidade vascular, reduzindo a migração de células
inflamatórias para o local da inflamação. O laser reduz a produção de radicais
livres e restaura o equilíbrio das enzimas com capacidade antioxidante
(protegem o nosso organismo dos radicais livres, neutralizando-os), são elas catalase,
superóxido dismutase e glutationa.
Laser de baixa potência sendo aplicado no couro
cabeludo de forma pontual.
  Fiquei feliz ao encontrar no site do periódico Mediators of Inflammation (fator de
impacto 3.236, um valor alto para as revistas da área e que qualifica os
materiais publicados na mesma) uma chamada para publicação de artigos (call for papers) sobre a terapia com
laser de baixa potência para diversos tipos de doenças inflamatórias, como a doença
pulmonar obstrutiva crônica, a artrite reumatoide, a inflamação neurogênica,
entre outras. Isso significa que em breve teremos novos artigos sobre o tema.
Os editores deste periódico ressaltam ainda que a terapia
com laser de baixa intensidade pode ser associada com a terapia medicamentosa convencional,
a fim de reduzir os efeitos colaterais da mesma, especialmente se contiver
corticosteroides na sua composição (para quem quiser saber um pouquinho mais
sobre os riscos do uso crônico de corticoides, clique aqui).
  Ou seja, há motivos de sobra para justificar o uso do
laser de baixa potência em doenças que cursem com inflamação do couro cabeludo.
Para informar ao leitor que desconhece este recurso, uma outra boa notícia é
que este tratamento é totalmente indolor. Até a próxima!
Professora Tatiele Katzer
Farmacêutica (CRF-RS 14858)
Doutoranda em Nanotecnologia Farmacêutica (UFSM)
Mestre em Ciências Farmacêuticas (UFRGS)
Docente do Curso de Estética e Cosmética da UNISC (RS)
Docente de pós-graduações nas áreas de Pele, Cosmetologia e Tricologia
Colaboradora do Blog Tricologia Médica
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