Tenho tratado de muitos pacientes que são absolutamente dispostos a investir toda dedicação possível em seus cabelos. Fico fã deles. Eles tornam meu trabalho mais fácil, uma vez que são rigorosos com seus cuidados e acaba colhendo resultados, normalmente, melhores do que a maioria.
Há alguns anos atrás encontrei um paciente que tinha uma certa preguiça em cuidar de seus cabelos. Tinha em torno de 18 anos, parecia vir de uma família boa, mas se mostrava um tanto quanto rebelde durante a consulta. Vinha sozinho. Falava pouco e parecia estar sempre mal humorado. Deixava sempre suas consultas agendadas quando saia da clínica. Evoluía bem no seu tratamento, de forma muito superior à média de meus pacientes. A cada nova consulta eu me surpreendia com seus resultados.
Tendo em vista que havia começado a ficar calvo muito cedo, já notava uma rarefação capilar desde os 15 anos, eu imaginava que o prognóstico, a evolução do quadro, seria arrastada e difícil. Tinha quase certeza de que, pautado na experiência clínica que eu acumulava quando comecei a atendê-lo, ele iria apenas adiar o desenvolvimento de uma calvície.
Estava completamente equivocado. Ele melhorava a olhos vistos. Minhas assistentes percebiam a melhora a cada encontro. Seus cabelos cresciam mais fartos e sua calvície ficava cada vez menos perceptível.
Em determinado momento passei a vê-lo 1 vez por ano. Acompanhei-o durante todo o tempo em que fez faculdade, e após 5 anos quando começou em seu primeiro estágio, onde foi efetivado. Ao longo dos anos seu cabelo foi melhorando menos e menos, mas já tinha alcançado um patamar de melhora que me satisfazia e que o deixava muito feliz. há mais de 14 anos recebo ele em minha clínica. Há mais de 11 anos ele vem anualmente. Hoje está casado e já tem um filho. Sua evolução no trabalho é linear e crescente como seus cabelos tem sido ao longo dos anos de tratamento.
Recentemente tive a oportunidade de receber sua mãe em minha clínica. Havia sido indicada por ele e ficou na sala de espera quando de sua primeira consulta. Desde então nunca mais veio. Só voltou agora, após a menopausa quando começou a perceber uma rarefação mais intensa dos fios no alto da cabeça.
Ela me revelou que seu filho incorporou o tratamento capilar em sua vida desde a primeira consulta. Disse que raramente falhava com o uso de suas medicações. Que se antecipava ao término das receitas para adquirir mais produtos para seguir tratando. Também disse que os cuidados com os cabelos foram algo que mais a surpreendeu quando o filho era mais jovem. Que ele nunca tinha tido tanto afinco em algo como em seu tratamento. E que se ele tinha aqueles cabelos vastos e bonitos era por mérito única e exclusivamente dele. Pois a única contribuição que ela teve ao longo desse tempo todo foi aceitar trazê-lo na primeira consulta e permitir que ele continuasse o tratamento, uma vez que o filho precisava que os pais custeassem as consultas e os produtos que utilizava enquanto não trabalhava.
Falou com certo orgulho do filho. Até porque, ele tinha um comportamento meio arredio, típico de adolescente rebelde, na época em que começou a cuidar dos cabelos. Mas tinha convicção de que o filho só manteve os cabelos até então porque fez por merecer.
É natural que essa história me trouxe muita satisfação. Assim como é claro que os bons resultados que o paciente teve ao longo dos anos sempre me deixaram feliz. Mas há sempre um lado da história que nós não conhecemos. E saber por uma outra pessoa que um paciente investiu tanto cuidado em seu tratamento justificando seus bons resultados reforça algo que sempre digo aos meus pacientes, que diz respeito a incorporar o tratamento capilar como uma rotina de vida. Entender que o tratamento é o meio para se chegar ao sucesso terapêutico, assim como o é para que esse resultado se mantenha.