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Você sabe por que seus cabelos podem ficar brancos precocemente?

Embranquecimento capilar precoce.
A canície, termo técnico que define o
embranquecimento capilar, é percebida em idades variadas e muito relacionada à
etnia dos sujeitos. Considerada um evento normal, seu surgimento está
relacionado ao envelhecimento. Sugere-se que pessoas de pele negra sejam as
mais sortudas nesse quesito, pois seus cabelos embranquecem normalmente mais
tarde. Homens normalmente ficam grisalhos antes que mulheres, independente da
etnia. 

Em algum momento acreditava-se que a proporção 50:50:50 fosse
representativa da realidade, significando que 50% dos indivíduos aos 50 anos de
idade teriam 50% dos cabelos brancos. Estudos mais recentes demonstraram que
essa proporção não está tão adequada e sugerem 75:55:27. Sendo assim, 75% dos
indivíduos aos 55 anos de idade têm cerca de 27% dos cabelos brancos.


Há, no entanto, uma grande preocupação com a canície
precoce. Apesar de bastante citada, ainda não há uma definição consensual para
o termo. Alguns autores consideram que ter 50% dos cabelos brancos aos 50 anos
de idade seria suficiente. Outros sugerem que a idade poderia ser menor, 40,
mas neste caso com 100% de brancos. Os primeiros fios brancos, neste caso,
podem surgir ainda na infância, mas mais comumente começam na adolescência e
podem ou não estar associados a doenças sistêmicas (foco de investigações mais
recentes). 

Uma vez que sabemos o quão turbulento emocionalmente pode ser este
período da vida, a canície precoce torna-se mais um motivo de preocupação
estando em uma sociedade onde o aspecto jovial é cada vez mais valorizado. São
poucos os que assumem, especialmente quando tratam-se de mulheres, os fios
grisalhos ou brancos. Sendo assim, investigações científicas são extremamente
importantes, ainda mais porque ainda não há uma forma concreta e bem avaliada
de reversão ou prevenção do embranquecimento capilar.

Tabagismo, obesidade e genética: fatores determinantes para a canície precoce.
Um grupo de pesquisadores da Coreia, em 2015,
publicou um artigo no periódico JAAD (Journal of the American Academy of
Dermatology) que avaliou, com o uso de questionário estruturado
sócio-clínico,  possíveis fatores de risco no desenvolvimento da canície
precoce (consideram a presença de fios brancos antes dos 30). Foram
questionados 6390 homens coreanos com idade média de 20.2 ± 1.3 anos (todos com
menos de 30 anos). Destes, 1618 (25.3%) apresentaram canície precoce. Muitos
fatores de risco foram associados com o embranquecimento dos cabelos em homens
jovens: história familiar (genética), obesidade, tabagismo, dermatite
seborreica no couro cabeludo e estresse de moderado a severo, sendo os três
primeiros os mais significativos. Além disso, a severidade da canície precoce
está mais estreitamente relacionada com a genética e obesidade, mas não com o
tabagismo.
  Ou seja, se seus pais ficaram com cabelos brancos bem jovens, se você está obeso e fuma, suas chances de ficar com os cabelos brancos ainda jovem é maior.

Há muitos estudos que tentam elucidar os
mecanismos de embranquecimento capilar. Você pode ler um pouco mais sobre isso
neste meu texto e também neste do Dr Ademir. As principais causas sugeridas são
o excesso de radicais livres, a diminuição do número de células responsáveis
pela produção de pigmento (melanócitos) e a diminuição de enzimas protetoras
(antixoxidantes). Fica bastante fácil compreender porque a obesidade e o
tabagismo estão altamente relacionados à canície, uma vez que ambas causam a
produção de enorme quantidade radicais livres. Além disso e bastante
interessante é o fato de que a obesidade parece ter um efeito negativo sobre a
capacidade de pigmentação por efeito hormonal.
 
Como já disse uma dia o Dr Bruno Bernard, com
mais de 30 anos de experiência no desenvolvimento de produtos capilares no
grupo L’Óreal: “se eu pudesse dizer apenas uma estratégia para contornar a
canície, seria: use antioxidantes”. E não pense apenas em cosméticos. O
laser de baixa potência tem grande potencial nesse caso!
Referência


Shin et al., 2015. JAAD, 2015, 72(2).



Abraços e até a próxima!

Professora Tatiele Katzer
Farmacêutica (CRF-RS 14858)
Doutoranda em Nanotecnologia Farmacêutica (UFSM)
Pós-graduanda em Farmácia Estética (ISEEC)
Mestre em Ciências Farmacêuticas (UFRGS)
Docente do Curso de Estética e Cosmética da UNISC (RS)
Docente de pós-graduações nas áreas de Pele, Cosmetologia, Tricologia e
Microagulhamento
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